Trabalhador traído


Face perversa da crise, desemprego comprova abismo entre promessas de Dilma e dura realidade

Marchezan - Kaefer 800x618Guarulhos (SP), 31 de julho de 2014. Diante de sindicalistas ligados à CUT, Dilma foi taxativa: “Não fui eleita para desempregar trabalhador”. Assim como outras inúmeras declarações e promessas feitas pela petista na campanha, essa também integra o maior estelionato eleitoral já visto na história brasileira. O desemprego é uma das faces mais perversas da crise econômica e social que atinge o país. Nada menos que 100 postos com carteira assinada foram varridos do mapa por hora de janeiro a setembro, incluindo sábados, domingos e feriados. Para deputados do PSDB, o brasileiro está pagando muito caro pelos sucessivos erros do governo do PT.

“A realidade está sendo infinitamente pior do que tudo aquilo que foi desenhado pelo Partido dos Trabalhadores durante a eleição”, destacou Nelson Marchezan Junior (RS) nesta segunda-feira (26).  Segundo o parlamentar, a presidente disse que não aumentaria os juros, que a inflação estava sob controle, que não tiraria as garantias sociais e trabalhistas e que havia uma estabilidade econômica, com consequências positivas na manutenção do emprego. No entanto, como lembrou o tucano, os números desmentem a petista de modo inquestionável.

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O ato eleitoral na CUT, braço sindical do PT, é simbólico. Além de se colocar como protetora do emprego, Dilma garantiu que os direitos conquistados até então não seriam abandonados. No entanto, neste ano ela mostrou sua face perversa ao editar medidas provisórias que retiram direitos trabalhistas, apesar de ter dito que não faria isso “nem que a vaca tussa”. 

1,2 MILHÃO DE VAGAS A MENOS

O fato é que o desemprego vem tirando o sossego de milhares de famílias. De acordo com o Ministério do Trabalho, 657 mil postos de trabalho foram extintos de janeiro a setembro. Nos últimos 12 meses, mais de 1,2 milhão de vagas deixaram de existir. E apenas no mês passado, mês em que tradicionalmente há saldo, mais de 95 mil empregos foram eliminados, o pior setembro de toda a série histórica do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), iniciado em 1992, e o sexto mês seguido em que as demissões superaram as contratações. A baixa expectativa do comércio para as vendas de fim de ano é um dos fatores para o resultado ruim. 

Segundo Marchezan, o PT e sua trupe levaram o Brasil para essa situação e estão muito mais preocupados em se livrar da Operação Lava Jato e salvar seus mandatos do que promover alguma transformação no Brasil e tirar o paós da crise. “Não há condições políticas e de liderança para a presidente Dilma comandar qualquer reação”, alertou o tucano.

A situação se agrava dia após dia e não há setor que esteja livre. Apenas no mês passado, a área de serviços perdeu 33.535 vagas; a construção civil, 28.221; o comércio, 17.523; e indústria, 10.915; e agricultura fechou 3.246 postos. Além disso, os salários também tiveram queda de 1,26% de janeiro a setembro deste ano, comparado com o mesmo período do ano passado. O aumento do desemprego e a diminuição da renda são peças fundamentais para que o PIB brasileiro seja lançado no abismo. A projeção mais recente é de queda de 3% neste ano, segundo economistas ouvidos pelo Banco Central no Boletim Focus.

Para o deputado Alfredo Kaefer (PR), em toda a situação econômica caótica vivida pelo país, o desemprego é o pior dos males. “Ele tira o posto de trabalho e a expectativa das pessoas que têm família para sustentar”, lamentou o tucano. Segundo o parlamentar,a queda da renda provoca um efeito perverso na economia. Conforme destacou, o cenário de desalento no mercado de trabalho é mais uma consequência das promessas quebradas de Dilma.

JOVENS SOFREM AINDA MAIS

Para os jovens, a situação também é desesperadora, e muitos já aceitam trabalhos sob condições inferiores às esperadas ou com remuneração inferior. De acordo com as informações do IBGE, mais de 4 milhões de jovens entre 18 e 24 anos estão à procura de emprego. A Pesquisa Mensal de Emprego (PME) revela ainda que, entre janeiro e setembro de 2015, a taxa de desemprego dessa faixa etária subiu de 12,9% para 18,4%. De acordo com a Organização Internacional de Trabalho (OIT), a média mundial é de 13%. Os cortes em programas de qualificação, como o Pronatec, e no Fies tornam ainda mais sombrias as perspectivas. 

NÚMEROS

1,2 milhão
de vagas com carteira assinada foram eliminadas no Brasil no acumulado de 12 meses até setembro.

95 mil 
postos de trabalho formais acabaram varridos do mapa somente no mês passado, o pior setembro em toda a série histórica do Caged.

18,4%
É a taxa de desemprego entre os jovens entre 18 e 24 anos, bem acima da média mundial, calculada pela OIT (13%). 

(Reportagem: Thábata Manhiça/ Fotos: Alexssandro Loyola/ Áudio: Hélio Ricardo)

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26 outubro, 2015 Últimas notícias Sem commentários »

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