O Minotauro brasileiro, por Luiz Carlos Hauly
Teseu, orientado pela bela Ariadne, filha do rei Minos, de Creta, matou o monstro Minotauro – corpo humano e cabeça de touro – e saiu do labirinto guiado pelo novelo de lã segurado na outra ponta pela princesa.
O momento pelo qual passamos remete a este episódio da mitologia grega – trágica, sempre. Seu desfecho, no entanto, é incerto.
Os 13 anos de governo petista levaram o país a um labirinto de corrupção, mentiras, ameaças e descalabro administrativo que geraram uma das mais profundas crises econômicas, políticas e morais de nossa história. Temos uma presidente da República que já não governa (e quando o fez, arruinou o país). Dilma Rousseff apenas se utiliza do estado – como sempre, sem escrúpulos – para se manter no cargo, mobilizando o Congresso e o Judiciário para o mesmo fim.
A Nação exige a deposição da mandatária, como atestam as pesquisas de opinião pública. Dilma, além de desastrosa na condução do país, cometeu crime de responsabilidade ao adulterar a prestação de contas do ano passado para esconder o rombo que provocou para se reeleger – procedimento que se repete neste ano. O processo de impeachment foi temporariamente congelado por dois ministros do STF (ambos coincidentemente indicados por Dilma), numa clara intromissão nos assuntos do Legislativo. O rito vetado é o mesmo que resultou na deposição de Fernando Collor e foi utilizado para atender a mobilização do PT em 1999 contra Fernando Henrique – mobilização que acabou frustrada por falta de apoio parlamentar.
O presidente da Câmara, a quem compete dar início ao rito do impeachment, infelizmente tem adiado a tomada desta decisão tão esperada por milhões de brasileiros. Mesmo com denuncias envolvendo Eduardo Cunha que teria contas milionárias na Suiça, continua em suas mãos a prerrogativa de detonar o processo. Eu mesmo cobrei de público, por diversas vezes, que já passou da hora da Câmara abrir o processo de impeachment.
Como pano de fundo em toda essa disputa, a Operação Lava Jato, que escancarou os porões insalubres da república petista, aproxima-se cada dia mais de Lula, mentor de Dilma e tutor de seu mandato – a quem ela terceirizou a articulação política de seu desgoverno. Lula é o responsável, por atos e omissões, palavras e silêncios, pela condução do Brasil ao labirinto do Minotauro. O monstro que habita nossas entranhas tem corpo humano e cabeça de hiena: ardiloso, traiçoeiro e o mais feroz devorador de recursos públicos de que se tem notícia. A cabeça do Minotauro é Lula, tronco e membros são Dilma, o PT e seus cúmplices no Congresso, nas estatais, nos fundos de pensão, nas empresas que compactuaram e compactuam com a espoliação ampla, geral e irrestrita do país.
A Lava Jato está sendo guiada pelo novelo de Ariadne, composto pela investigação criteriosa e as leis. Mas, para abater o Minotauro brasileiro, é preciso avançar em duas frentes: a legal e a política, esta indispensável para interromper em nível institucional a sangria praticada pelo PT e tirar o país do labirinto em que esse partido o aprisionou. O Congresso, em correspondência ao sentimento da população, se mobiliza para essa tarefa. O Minotauro, fiel ao seu caráter e para preservar seu butim, tenta impedir o avanço das duas frentes.
Conhecemos o fim da tragédia grega. Desconhecemos qual será o do Brasil.
(*) Luiz Carlos Hauly é deputado federal pelo PSDB-PR. (foto: Alexssandro Loyola)
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