Barganha inaceitável


Tucanos repudiam postura de Dilma de transformar Esplanada em “balcão de negócios” 

MosaicoA tentativa da presidente Dilma de se livrar do impeachment e aprovar mais um capítulo do arrocho fiscal por meio de barganha política tem sido rechaçada por integrantes do PSDB. Parlamentares tucanos criticaram a “oferta de ministérios” promovida pela petista para obter apoio em uma possível votação de processo que possa pôr fim ao seu polêmico mandato. Os parlamentares destacam que Dilma optou pela negociata, deixando de lado a real necessidade e o objetivo da reforma administrativa com redução de pastas na Esplanada.

Na noite de quinta-feira, em Casacavel (PR), o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG),  “Dilma está trocando pastas importantes, como a Saúde e a Infraestrutura, por 20, 30 votos na Câmara dos Deputados. Esse, a meu ver, é o fim de um governo que não tem mais um projeto para o país, a não ser a sua própria sobrevivência”, apontou. Outra liderança tucana, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso avalia que a presidente está buscando fazer um “pacto com o demônio” para tentar salvar seu governo ao oferecer novas posições no ministério ao PMDB. Segundo ele, o tempo do governo dela está se esgotando.

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O deputado Alexandre Baldy (GO) avaliou nesta sexta-feira que Dilma dá um tiro no pé ao tomar tal atitude. Para ele, a orquestração liderada pela presidente não irá gerar ganhos políticos e muito menos para a população brasileira, que aguarda uma reforma ministerial no sentido de enxugar a máquina pública. “É um governo com dificuldades grandes. Não consigo enxergar que tipo de consequências positivas isso possa gerar”, apontou.

MINISTÉRIO DA SAÚDE NA JOGADA

No lugar de reduzir custos com a máquina pública, a “reforma” de Dilma vai ser feita apenas no intuito de angariar apoio para impedir o fim precoce de seu governo. Para o deputado Daniel Coelho (PE), a petista recorre mais uma vez à prática que seu partido, o PT, utiliza desde 2003 para se manter no poder. “Naquele momento o PT começa a desviar recursos públicos para distribuir a partidos aliados e a parlamentares no intuito de garantir votos na Câmara. Foi aí criado o mensalão. Eles insistem, até hoje, na tal prática. Está aí o petrolão”, alertou.

De acordo com o tucano, governo petista continua achando que, por meio do desvio de recursos públicos e da distribuição vantagem para possíveis aliados, pode compor uma base e manter apoios. Daniel critica a presidente por tentar negociar pastas como a da Saúde em troca de conseguir impedir o impeachment, que só está em pauta devido as irregularidades que ela própria cometeu.  O Ministério da Saúde é uma das pastas que está em negociação com o PMDB, partido que possui diversos integrantes insatisfeitos com a gestão Dilma.

Já o deputado Célio Silveira (GO) disse ter certeza de que Dilma está cometendo um grande erro por pensar que negociando ministérios vai conseguir debelar a grave crise que o Brasil vivencia. Segundo ele, essa área, assim como tantas outras já sofre, há tempos, com o descaso federal.

“Saúde, para mim, é o principal ministério de qualquer governo. Um país não se desenvolve se sua população não tiver saúde. Por isso ela comete um grande erro colocando essa pasta no balcão de negócios. Por sua importância, o ministério deveria sim era ser preservado e contar com o apoio dos principais técnicos da área. E, assim, amenizar o sofrimento daqueles que precisam dos serviços”, pontuou Célio.

Também insatisfeito com a negociata que envolve até mesmo o Ministério da Saúde, o deputado Betinho Gomes (GO) afirma que a petista está levando a pasta para o balcão do fisiologismo mais atrasado da política nacional. “O governo federal brinca com a saúde pública, um serviço que é essencial para a maioria da população brasileira”, critica.

De acordo com o parlamentar, Dilma comete mais um equívoco ao transformar em moeda de barganha uma pasta estratégica e que já sofre com graves problemas de gestão. Segundo ele, é lamentável que, para ter uma sobrevida no governo, a presidente use o interesse da população como moeda de troca na tentativa de sustentar o PMDB na sua base. “A atitude merece repúdio. Vamos fazer coro com aqueles que militam na saúde pública e que não aceitam isso”, disse.

(Reportagem: Djan Moreno/ Fotos: Alexssandro Loyola/ Áudio: Hélio Ricardo)

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25 setembro, 2015 Últimas notícias Sem commentários »

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