Fundos de pensão
Em CPI, tucano cobra colaboração de ex-presidente do Postalis para ajudar a passar país a limpo
Diante de tantos indícios de irregularidades, o deputado Marcus Pestana (MG) propôs a Alexey Predtechensky, ex-presidente do Instituto de Seguridade Social dos Correios e Telégrafos, o Fundo Postalis, que se ele estivesse sendo instrumento de alguém, ou traído por alguém na gestão operacional do sistema, que colabore. Para o tucano, essa postura ajudaria a passar o Brasil verdadeiramente a limpo. Alexey esteve nesta quinta-feira na CPI dos Fundos de Pensão.
A CPI investiga indícios de aplicação incorreta de recursos e de manipulação na gestão em fundos de previdência complementar de funcionários de estatais e de servidores públicos no período de 2003 a 2015.
“O Postalis se transformou na maior materialização da Lei de Murphy, sacrificando carteiros e funcionários que não podem pagar o pato”, disse o tucano.
Pestana se refere à reclamação feita pelo presidente do Postalis entre 2006 e 2012 de que se tornou vítima do esquema. Ele afirma que o fundo teria seguido à risca a legislação em todos os investimentos e reclamou que a Previc fiscalizou o Postalis sempre de 2012 para trás. “Sou vítima”, afirmou, afirmando que o déficit de todo o sistema de fundos previdenciários supera os R$ 50 bilhões.
A Postalis tem hoje um déficit de R$ 5,6 bilhões acumulados ao longo dos últimos anos. Dono de um patrimônio de R$ 7 bilhões, o Postalis acumulou perdas significativas. Entre 2011 e 2012, o déficit chegou a R$ 985 milhões. Em 2013, somou R$ 936 milhões negativos e, só em 2014, o déficit superou R$ 1 bilhão.
Nesta reunião, os membros da CPI centraram os questionamentos no relacionamento do Postalis com Fabrizio Neves, um jovem investidor do mercado financeiro, dono da Atlantica Asset. Essa empresa montara fundos no mercado financiados, sobretudo, pelo Postalis.
Outro questionamento levantado na audiência foi o porquê do Postalis ter comprado um imóvel por R$ 191 milhões, considerando que ele teria sido comprado pela LatAm por R$ 41 milhões. Ele abrigaria um centro de distribuição dos Correios próximo ao Anel Rodoviário. Também foram colocados em xeque investimentos no Grupo Galileo, na área de educação.
(Reportagem: Ana Maria Mejia/Foto: Lúcio Bernardo Jr – Câmara dos Deputados)
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