Fugindo da raia
Parlamentares do PSDB criticaram nesta quarta-feira (2) a manobra de aliados a Dilma para impedir o prosseguimento da sessão conjunta da Câmara e do Senado convocada para deliberar sobre vetos presidenciais. Estavam na pauta, entre outros, o que fornece uma alternativa ao fator previdenciário e o que prevê o reajuste das remunerações do Poder Judiciário.
Coordenador do partido na Comissão Mista de Orçamento, o deputado Domingos Sávio (MG) (foto) ficou indignado com a decisão do 1º vice-presidente do Congresso Nacional, deputado Waldir Maranhão (PP-MA), de encerrar a sessão alegando falta de quórum. Segundo o tucano, havia sim a quantidade mínima de parlamentares para a etapa de discussão. “Isso é vergonhoso, um atentado contra o Congresso! É mais grave que a Lava Jato”, repudiou em entrevista coletiva. (ASSISTA VÍDEO)
Para Sávio, Maranhão desrespeitou o regimento e o próprio Domingos Sávio, que estava inscrito para falar para debater o tema. Segundo ele, o parlamentar que presidia a tensa sessão se submeteu às pressões do governo. “O que estão fazendo um golpe”, reclamou. No momento do encerramento, o Plenário Ulysses Guimarães estava cheio e muito perto de atingir o quórum necessário para deliberação (257 deputados e 41 senadores).
Ao longo do debate, outros parlamentares do PSDB se manifestaram. Caio Narcio (MG) lembrou que há mais de seis meses o Congresso não delibera vetos. “O governo tem que parar de pedir a sua base que não dê quórum para a realização da sessão do Congresso. O Planalto precisa enfrentar seus desafios. Precisa cortar na carne, e não enviar aos parlamentares algo que é de sua obrigação”, disse ao se referir ao rombo bilionário na proposta orçamentária de 2016.
Da tribuna, Rocha (AC) disse ter chegado à conclusão que a mentira esta enraizada em alguns parlamentares petistas. “Como se não bastasse mentir na eleição, agora vejo aqui petistas querendo esconder a realidade. Congresso tem que se levantar e não pode ficar de joelhos diante de um Executivo incompetente que levou país a esta crise. Vejo as manobras de petistas e da base aliada para tentar impedir a votação dos vetos”, condenou. Conforme lembrou, o líder do governo na Câmara, José Guimarães (CE),um dos que estiveram em Plenário para derrubar a sessão, sequer registrou presença.
“O que aconteceu aqui foi um momento lamentável para a democracia e para o Congresso Nacional”, disse Daniel Coelho (PE), vice-líder do PSDB, que classificou o encerramento de “manobra rasteira”. O presidente do Senado, Renan Calheiros, marcou sessão do Congresso para a próxima quarta-feira (9) às 11h.
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