Pontos controversos

Acareação entre Youssef e Paulo Roberto Costa ocorre sob grande expectativa, avalia Izalci

A Comissão Parlamentar de Inquérito que investiga denúncias de irregularidades na Petrobras agendou para as 14h desta terça-feira (25) uma acareação entre Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, e o doleiro Alberto Youssef. Esta é a segunda vez que a Comissão marca uma audiência para colocá-los frente a frente. A primeira, prevista para o começo de agosto, foi cancelada por que Paulo Roberto Costa apresentou atestado médico alegando doença. 

Segundo o deputado Izalci (DF), que integra o colegiado, há uma grande expectativa para esse encontro entre os dois principais delatores de Lava Jato.  O tucano espera que ambos falem, até porque fizeram delação premiada. Na acareação, os parlamentares devem questionar pontos conflitantes do depoimento deles.

Um dos pontos a serem abordados é um suposto pedido feito pelo ex-ministro Antonio Palocci para financiar a campanha eleitoral da presidente Dilma, em 2010. O valor seria de R$ 2 milhões. Costa fez a denúncia e Youssef nega ter entregado dinheiro e até que conheça Palocci.

De acordo com o deputado Izalci, dependendo das respostas, a CPI pode até contribuir com o TSE, que está investigando essa denúncia. “Youssef participou bem disso junto com Paulo Roberto Costa na captação de recursos para a campanha da Dilma, do ex-presidente Lula e até o PT”, disse o tucano nesta segunda-feira (24).

Segundo depoimento de Paulo Roberto Costa, em 2010, ele recebeu de Antonio Palocci, que na época já não ocupava nenhum cargo no governo federal, uma solicitação, por meio de Alberto Youssef, para liberar R$ 2 milhões do caixa do Partido Progressista (PP). O dinheiro seria para a campanha presidencial de Dilma Rousseff.

Paulo Roberto Costa disse que autorizou a entrega do dinheiro e que Youssef fez o pagamento. O doleiro, no entanto, declarou que essa negociação não passou por ele e que ele não fez esse pagamento.

Integrantes da CPI devem se reunir nesta semana para votar novos requerimentos de convocação, entre eles o do ex-ministro José Dirceu, que deve ser ouvido na próxima semana em Curitiba, onde está preso.