Recado ao Planalto
Mudança na distribuição dos royalties é uma resposta da Câmara à arrogância do Planalto, diz líder
O plenário da Câmara aprovou nesta quarta-feira (1º) com 204 votos a favor, 66 contra e duas abstenções a mudança do modelo de exploração de petróleo na camada pré-sal de concessão para partilha de produção. Os deputados também acataram a criação de um fundo social para aplicar os recursos desta exploração. Depois de muita polêmica e provocando a derrota do governo, a Casa também aprovou uma alteração nas regras para a redistribuição dos royalties e das participações especiais da exploração de petróleo no mar, dentro e fora do pré-sal.
Os líderes da base aliada ao Planalto tentaram uma manobra regimental para impedir a aprovação da emenda que alterou o projeto no Senado. Com o apoio da oposição, a manobra, no entanto, foi derrubada pela maioria do plenário, que manteve a redistribuição entre governos estaduais e municipais de acordo com as regras de rateio dos fundos constitucionais dos municípios (FPM) e estados (FPE). Dessa forma, os deputados derrubaram parte do relatório do deputado Antonio Palocci (PT-SP) ao Projeto de Lei 5940/09, do Executivo, que retirava o artigo estabelecendo essa nova repartição de royalties.
O líder do PSDB na Câmara, deputado João Almeida (BA), afirmou que essa é uma vitória do Parlamento sobre a arrogância da gestão petista. “É uma vitória sobre a boçalidade do governo. É uma mensagem que a Câmara dos Deputados e a sociedade desejam discutir a destinação da exploração do pré-sal”, comemorou.
Apesar da aprovação, líderes da base aliada fizeram ameaças de que o texto deve ser vetado pelo presidente Lula. “O governo deve vetar, mas deve ter a sensibilidade de captar essa mensagem. O Planalto fantasiou o pré-sal, a Câmara se rebelou e mandou esse recado ao governo”, disse o líder tucano.
O projeto, que segue agora para a sanção ou veto presidencial, prevê que os recursos da exploração de petróleo no mar que são destinados a estados e municípios sejam divididos pelos critérios dos fundos de participação, que privilegia os estados mais pobres. Hoje, os estados e municípios produtores ficam com 45% dos royalties enquanto os restantes, com apenas 7,5%. O texto também contempla regras determinando que a União compense as perdas bilionárias que estados e municípios produtores petróleo teriam com a nova distribuição.
De acordo com estimativas do Governo do Rio de Janeiro, somente o estado e o município do Rio de Janeiro perderiam por ano R$ 7 bilhões. O Espírito Santo é outro estado produtor que perderia arrecadação e teria de ser compensado pela União. (Reportagem: Alessandra Galvão e Lúcio Lambranho com agências/ Foto: Eduardo Lacerda)
Eu não acredito que Lula irá vetar, caso afirmativo ele ficará muito mal junto aos pobres. Dizem o velho ditado:” Quem ajuda aos pobres empresta a Deus”.
parabéns….vamos fazer oposição de verdade sempre que nosso povo for prejudicado……
Mas quanto a compensação pela União aos Estados e Municípios que tiverem perdas com esse novo modelo de distribuição dos royalties, como será feito?
Se isso não estiver estabelecido na referida Lei, nada me faz entender como podemos ter políticos tão irresponsáveis,já que aqui não se discuti o direito de se garantir mais recursos para municípios que não ganham royalties, mas sim, a tragédia econômica que será estabelecida nos municípiis e estados produtores de petróleo…. que desfrutam de um direito, e não de um favor, haja vista o queestá estabelecido a Constituição Federal…
Nestor LOpes – Presidente do PSDB do Município de SAnta Maria Madalena – RJ.