Descontrole inaceitável


Na CPI da Petrobras, Imbassahy denuncia descalabro no controle de atividades financeiras

O vice-presidente da CPI da Petrobras, Antonio Imbassahy (BA), criticou nesta quinta-feira (13) as falhas do sistema de controle financeiro do Banco Central, ao permitir brechas legais para a lavagem de dinheiro e evasão de divisas por meio de corretoras e bancos.

“Os mecanismos de controle de atividades financeiras do governo podem não ser avacalhados – como disse a doleira Nelma Kodama -, mas não funcionam com a qualidade e a eficiência propagadas na CPI pelo diretor de Fiscalização do Banco Central, Anthero Meirelles”, afirmou o tucano. Pela manhã, o representante do BC havia defendeu na comissão os mecanismos de controle sobre o mercado de câmbio e as instituições financeiras.

De acordo com o deputado, o “descalabro” permitiu que nada menos 900 operações fraudulentas fossem realizadas entre 2013 e 2014. Só a corretora TOV, envolvida no esquema de lavagem de dinheiro da Petrobras, movimentou R$ 270 milhões. O Ministério Público Federal investiga US$ 400 milhões em operações fraudulentas. “Se o sistema é eficiente com rígidos padrões internacionais e sem falhas, como aconteceu esse descalabro?”, pergunta.

Em depoimento nesta tarde à CPI, Lucas Pacce Jr., acusado de envolvimento no esquema de remessa ilegal de dinheiro para o exterior pela Operação Lava Jato, admite a existência de brechas.

Em depoimento nesta tarde à CPI, Lucas Pacce Jr., acusado de envolvimento no esquema de remessa ilegal de dinheiro para o exterior pela Operação Lava Jato, admite a existência de brechas.

Em depoimento nesta tarde à CPI, Lucas Pacce Jr., acusado de envolvimento no esquema de remessa ilegal de dinheiro para o exterior pela Operação Lava Jato, admite a existência de brechas. Ele disse que o Banco Central facilitou as irregularidades ao permitir que as corretoras atuassem como bancos no marcado de câmbio.

“Na minha opinião existem brechas propositais”, disse. Ele deu como exemplo o fato de os doleiros abrirem empresas de fachada que serviam apenas para enviar dinheiro para o exterior, oficialmente para pagar importações fraudulentas.

Pacce participava do esquema da doleira Nelma Kodama, que operava o envio de dinheiro para o exterior junto com o também doleiro Alberto Youssef. Ao responder pergunta do relator da CPI, deputado Luiz Sérgio (PT-RJ), ele disse que o Banco Central facilitou as irregularidades ao permitir que as corretoras atuassem como bancos no marcado de câmbio.

Diante desse cenário, a CPI da Petrobras vai pedir ao Banco Central (BC) e à Receita Federal o cruzamento de dados das operadoras de câmbio que enviaram dinheiro para o exterior, por meio de operações chamadas de remessa de frete, para empresas importadoras que não tinham registro para esta atividade, o Radar.

Radar é uma autorização que permite acesso ao Sistema Integrado de Comércio Exterior da Receita Federal (SISCOMEX), a autorização para pessoas físicas e jurídicas que atuam no comércio exterior.

(Da assessoria do deputado, com alterações/Fotos: Alexssandro Loyola)

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13 agosto, 2015 Últimas notícias Sem commentários »

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