Presidente acuada
Tucanos repudiam tese do golpismo encampada por Dilma e petistas após agravamento da crise
Parlamentares do PSDB estão repudiando nesta terça-feira (7) a tese ventilada por Dilma e pelo PT de que há um golpe sendo armado contra ela. Diante do agravamento da crise política, a presidente declarou que vai se agarrar com unhas e dentes ao mandato e que não deixará o governo de forma alguma, apesar da incerteza sobre o resultado das ações contra ela.
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A raiz da insegurança de Dilma vem da percepção de que o governo dela terminou antes mesmo de começar, destacou o vice-líder Marcus Pestana (MG). Segundo ele, as condições de governabilidade estão comprometidas e a população brasileira quer mudanças urgentes. “O problema nasce na própria base de sustentação. Hoje ninguém apoia com entusiasmo a presidente, nem o PT. Agora ela quer inverter o jogo como se essa fosse uma situação artificial?”, questionou o tucano. Ele lembra que o PSDB defende a mudança dentro dos marcos constitucionais e da democracia.
“Acossada por inúmeras denúncias contra seu governo e sua conduta, a presidente Dilma Rousseff demonstra mais uma vez que se encontra sem argumentos de defesa. Tenta transformar ações institucionais em simples vontade de uma minoria. Consegue, no máximo, autoritariamente, afirmar que a aplicação rigorosa das leis é ato de sua vontade pessoal. Mais uma vez, portanto, atrapalha-se com as palavras e desrespeita o bom senso”, afirmou o líder da Oposição na Câmara, Bruno Araújo (PE), em nota à imprensa.
De acordo com o tucano, a presidente Dilma não se defende apenas de investidas da oposição, mas de órgãos como o Tribunal Superior Eleitoral, o Tribunal de Contas da União, o Ministério Público e a Polícia Federal. “É por causa de suspeitas de crimes como extorsão para obter verbas de campanha, abuso do poder econômico e manipulação das contas do governo que a presidente deve respostas a essas instituições e à sociedade. Se alguém feriu a democracia, foi a própria presidente”, completou Bruno.
Para ele, ao invés de se agarrar com unhas e dentes ao mandato, a presidente deveria ter se agarrado às promessas de campanha como a preservação dos direitos dos trabalhadores, o crescimento sustentável da economia, e em evitar a profunda crise que o Brasil enfrenta por erros do próprio governo. “É por tudo isso que a presidente é aprovada por apenas 9% dos brasileiros”, afirmou ao se referir à pesquisa CNI/Ibope divulgada semana passada.
Da tribuna, o deputado Rogério Marinho (RN) repudiou as acusações de golpe vindas do plenário. Ele ressaltou que, nos primeiros meses do governo Fernando Henrique Cardoso, o PT foi às ruas pedir o afastamento do tucano e nem por isso foi acusado de golpista. “São instrumentos previstos na Constituição. Não vejo por que fazer esse alvoroço”, completou. O PSDB defende a legalidade e refuta a tese de golpe, frisou Marinho.
Para o deputado Rossoni (PR), “no reino da mentira, a verdade incomoda muito”. “Daí a reação raivosa da presidente Dilma Rousseff diante do alerta do PSDB, durante a convenção nacional do partido, de que seu governo não irá até o fim. Isso fez a presidente marcar reuniões urgentes com aliados para dizer que vai defender seu mandato com unhas e dentes e que não vai cair”, analisou.
Segundo ele, as palavras da petista não vão impedir os tucanos de continuar trabalhando para provar que a incompetência tem limites e não vai se estabelecer – e que é preciso mudar tudo urgentemente. “Assim, iniciamos os trabalhos no Congresso com os ânimos revigorados”, completou o parlamentar pelo PSDB-PR.
Da tribuna, Rocha (AC) também refutou os ataques petistas. “Golpe, de fato e de direito, quem aplicou no povo brasileiro foi o PT, que mentiu nas eleições e aplicou um golpe contra o trabalhador e contra o contribuinte brasileiro, que hoje amarga o aumento da carga tributária, a retirada de direitos trabalhistas, que vai ter que amargar a redução de salários e que está vendo o recurso do povo brasileiro, por meio do BNDES, sendo investido em diversos países, com o agenciamento do ex-presidente Lula”, declarou.
(Da redação/ Foto: Alexssandro Loyola/ Áudio: Hélio Ricardo)
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