CPI da Petrobras


Oitivas e acareações da semana são fundamentais para investigações da CPI da Petrobras, diz Imbassahy

16103982213_bc477f124d_kO vice-presidente da CPI da Petrobras, deputado Antonio Imbassahy (BA), acredita que a comissão terá momentos importantes nesta semana que levarão a esclarecimentos fundamentais sobre o petrolão. Entre terça-feira (7) e quinta-feira (9), duas acareações e três oitivas prometem movimentar o colegiado. Para o tucano, as apurações estão cada vez mais próximas do PT e do governo e as próximas atividades da comissão comprovarão isso. “Após cumprida a agenda desta semana, a CPI poderá contar com importantes revelações”, acredita o deputado.

Investigação protelada pelo governo – Na terça, o ex-ministro da Controladoria-Geral da União (CGU) Jorge Hage será um dos depoentes. Ele terá que explicar a acusação feita pelo advogado inglês Jonathan Taylor de que a CGU não investigou suspeitas de pagamento de propina pela empresa SBM Offshore, em 2014, devido à campanha eleitoral.

“A denúncia é grave: o conluio que aconteceu ente Petrobras, SBM e a CGU para acobertar as investigações e só deixar isso ser revelado após o segundo turno das eleições presidenciais, beneficiando a candidata do PT”, destaca Imbassahy, lembrando que tanto a SBM quanto a estatal já evidenciaram que houve uma ação nesse sentido. “Esse depoimento vai esclarecer se a CGU também participou, como tudo indica, do conluio”, avalia.

Fraudes no sistema financeiro – O presidente do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), Antônio Gustavo Rodrigues, será questionado sobre o controle do mercado financeiro e sobre a atuação de doleiros, usados para lavagem de dinheiro de propina identificados pela Operação Lava Jato. “Muito dinheiro foi enviado para o exterior nesse esquema do petrolão por operações fraudulentas: empresas fantasmas comprando mercadorias que não existiam e o governo federal nada fez, fechou os olhos. Tem até um agravante que é uma Medida Provisória editada pelo Lula em 2006 e que fragilizou ainda mais esse controle”, lembra Imbassahy.

Continuidade do mensalão – O tucano destaca que o petrolão tem fortes ligações com o mensalão. O outro depoimento previsto para esta terça-feira, de Stael Janene, viúva de José Janene, poderá esclarecer essa ligação. Ela foi convocada para falar do relacionamento do ex-deputado com o doleiro Alberto Youssef, que o acusa de ser o mentor do esquema de cobrança de propina na Petrobras.

“Tudo faz crer que esse depoimento pode nos mostrar as relações do PP com o PT e o ex-ministro José Dirceu, enfim, pode deixar claro que houve o prosseguimento do mensalão com o petrolão”, alerta o deputado do PSDB. Ele lembra que, devido a um habeas corpus concedido pelo Supremo Tribunal Federal (STF), Stael não terá de assinar termo de compromisso para falar a verdade e não precisará responder a questões que possam incriminá-la.

Acareações – As acareações na CPI são os momentos mais aguardados desde que o ex-gerente da área internacional da Petrobras Pedro Barusco passou pelo colegiado e admitiu, assim como em sua delação premiada, ter recebido propina de empresas. Ele acusou Renato Duque (ex-diretor de Serviços e seu superior na época) de envolvimento no esquema de propina em nome do PT. Ambos serão colocados frente a frente na quarta-feira.

A outra acareação, na quinta-feira, será entre Barusco e João Vaccari Neto, ex-tesoureiro do PT. Em depoimento prestado à CPI, em março, Barusco detalhou seu relacionamento com o tesoureiro, citou jantares e contatos por mensagens telefônicas. Ele afirmou ter recebido um pedido de reforço financeiro de Vaccari e que, por isso, providenciou o repasse de US$ 300 mil para a campanha de Dilma em 2010.

 “Há uma gama de acusações de que o PT recebeu dinheiro para a campanha presidencial e o Duque participou com o Barusco, assim como o Vaccari. É uma semana em que a CPI promete revelações importantíssimas sobre o petrolão”, acredita Imbassahy.

Duque e Vaccari também conseguiram habeas corpus no STF para ficar em silêncio durante os questionamentos dos parlamentares. Apesar disso, o vice-presidente da CPI afirma que as acareações acontecerão e são importantes para que o trabalho da comissão avance. “Numa acareação, pela dinâmica que tem, serão obrigados a falar, sob a pena até de ficarem numa péssima situação, pior até do que já se encontram”. Todas as reuniões estão marcadas para as 9h30.

(Reportagem: Djan Moreno/ Foto: Alexssandro Loyola)

 

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6 julho, 2015 Últimas notícias 1 Commentário »

Uma resposta para “CPI da Petrobras”

  1. Roberto disse:

    Vocês já deixaram o Lula escapar. Espero que desta vez que haja impeachment. Se falharem acho que até o PSDB vai acabar. Portando, um conselho: quem ficar “Em Cima do Muro” o povo saberá que está a favor da Dilma e da Corrupção. O que estão esperando???

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