Cerco se fechando

Novas denúncias sobre dinheiro sujo na campanha agravam situação de Dilma, diz tucano

As investigações da Operação Lava Jato, da Polícia Federal, se aproximam cada vez mais da presidente Dilma. Nesta sexta-feira (3), o deputado Luiz Carlos Hauly (PR) afirmou que a situação da petista é insustentável e que o país está à deriva. O tucano disse que o cruzamento dos trechos de delações premiadas que se tornaram públicos pela imprensa deixa claro que a campanha de Dilma foi irrigada com recursos oriundos de propina. O jornal “O Globo” comparou informações dadas à PF pelos delatores e constatou que oito deles afirmam que o ex-tesoureiro do PT João Vaccari pedia dinheiro em troca de contratos da Petrobras.

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“No conjunto das denúncias do petrolão já existem elementos suficientes – e mais este agora com o cruzamento desses dados – de que houve utilização de recursos ilegais, oriundos de propinas no petrolão para a campanha dela”, alertou o parlamentar do PSDB.

O jornal reforça as denúncias feitas pelo dono da empreiteira UTC, Ricardo Pessoa, de que houve dinheiro sujo na campanha petista. Ao menos cinco delatores afirmam, por exemplo, que o pagamento de propina era feito por meio de doações eleitorais registradas em troca de vantagens na Petrobras, uma das principais descobertas dos procuradores. Ao todo, as investigações da Operação Lava-Jato já contam com 18 colaborações premiadas.

Rumo ao Planalto – Hauly acredita que o fato de as investigações estarem subindo a rampa do Planalto explica o fato de Dilma ter criticado as delações nesta semana. “Todos os indícios caminham na mesma direção: o a da presidente Dilma, lá no Planalto. A soma dos elementos é suficiente até para que um processo de impeachment seja instaurado no Congresso”, avalia, ao lembrar que a oposição tem buscado caminhos alternativos para que as investigações se aprofundem.

A “Folha de São Paulo” também traz revelações que aproximam ainda mais a campanha de Dilma das irregularidades apuradas pela Operação Lava Jato. O jornal relata que o doleiro Alberto Youssef disse à Justiça Eleitoral que foi procurado por um emissário da campanha da presidente Dilma no ano passado para trazer de volta ao Brasil cerca de R$ 20 milhões depositados no exterior. Dinheiro esse que Hauly acredita ser também fruto de corrupção. Com certeza não era legal, se estava no exterior era de forma ilegal, sem dúvida alguma”.

Youssef afirmou ter sido procurado no início do ano por alguém de nome Felipe e não executou a operação porque, em março, foi preso com a deflagração da Lava Jato. O novo depoimento foi tomado no âmbito de uma ação que o PSDB apresentou logo depois do fim da campanha presidencial e pede a cassação da chapa encabeçada por Dilma por abuso de poder econômico e político.

Para Hauly, o resultado de tantas irregularidades tem sido o verdadeiro caos instalado no país. Segundo ele, o fato de o governo estar na mira das investigações tem afastado investimentos, jogado a credibilidade nacional no chão e deixado a situação do país cada vez mais crítica. “O pior é que o país está a deriva, sem governabilidade, não há mais credibilidade. O Brasil está pagando por tudo que foi feito no governo dela: recessão brutal, desorganização total da economia. Ela não tem mais condição de governar pois está refém dessa estrutura que está toda comprometida”, avaliou.

(Reportagem: Djan Moreno/ Imagem: reprodução/ Áudio: Hélio Ricardo)