Momento nebuloso
Momento dramático do país dificulta missão do ministro de assuntos estratégicos, diz Hauly
Durante comissão geral no plenário da Câmara com a participação do ministro Mangabeira Unger, da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, o deputado Luiz Carlos Hauly (PR) afirmou que o momento não é bom para pensar assuntos estratégicos, na medida em que a “líder do país não tem o apoio necessário”, além de os indicadores de educação, saúde e segurança serem péssimos.
“Qual país que resiste, quando o governo está de um lado, o Parlamento de outro e o Judiciário do outro?”, questionou o tucano. Ele acredita que a situação tende a piorar e que a presidente Dilma não tem a capacidade de chamar um “entendimento nacional”.
Hauly disse a Unger que ele é ministro em dos momentos mais dramáticos da economia e da história nacional: “Economia em recessão, inflação em 9%, a balança comercial negativa, balança de pagamentos super negativa, as contas públicas super negativas, as taxas de juros que o governo pratica são as maiores do mundo, no país não há poupança, não há investimentos, estradas, portos e aeroportos”, enumerou.
Até mesmo a discussão sobre a maioridade penal, segundo Hauly, só se fez necessária por que há uma falência do modelo educacional brasileiro. “Não é um momento bom de assuntos estratégicos, pensar o Brasil ou a inserção do Brasil no mundo. Perdemos posição no contexto internacional, na balança comercial mundial”, lamentou o deputado, ao lembrar que na Segurança Pública o Brasil também possui indicadores vergonhosos como o de homicídios, que chegam a quase 50 mil por ano.
Diante desse cenário, Hauly lembra que a presidente Dilma perdeu todo prestigio e amarga uma popularidade de 9%, conforme apontou pesquisa CNI/Ibope divulgada na quarta-feira (1º). “O que fazer ministro? Qual é a solução? A presidenta tem condição de retomar o desenvolvimento e a credibilidade do país? É preciso que haja um conjunto de medidas, uma concertação”, avaliou, ao destacar que em breve só restarão duas alternativas à Dilma: a renúncia ou o impeachment.
O deputado ressaltou ainda que as famílias brasileiras estão endividadas, o poder aquisitivo das pessoas caiu e o desemprego tem aumentado. Ao destacar que o PSDB tem feito uma oposição responsável, Hauky disse que se preocupa com a falta de rumos para o país. “Se quiserem pensar o Brasil juntos, nós estamos à disposição. O Brasil precisa de grandes reformas: tributária, previdenciária, trabalhista, uma verdadeira reforma fiscal e do Estado. Critico a presidente, mas tenho estendido o braço para o entendimento nacional, se é que ainda existe essa esperança”, alertou.
Unger, por sua vez, disse que as grandes modificações estruturais não ocorrem em tempo de bonança econômica, mas em épocas de crises. Segundo ele, é justamente neste momento que pode ser construído um novo modelo de desenvolvimento para o país. O ministro pediu que o Congresso participe dessa construção, acima de partidos e posições políticas.
(Reportagem: Djan Moreno)
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