Petrolão na mira


Empresário Júlio Faerman não escapará da CPI da Petrobras, alerta Antonio Imbassahy

1º vice-presidente da CPI, tucano protocolou  quatro requerimentos nesta quarta, como o pede a quebra dos sigilos fiscal e bancário de dois filhos do empresário Júlio Faerman.

1º vice-presidente da CPI, tucano protocolou quatro requerimentos nesta quarta, como o pede a quebra dos sigilos fiscal e bancário de dois filhos do empresário Júlio Faerman.

O 1º vice-presidente da CPI da Petrobras, deputado Antonio Imbassahy (BA), avisou que o empresário Júlio Faerman não vai escapar da oitiva com os deputados no colegiado. Nesta terça-feira (9) Faerman seria interrogado pelos parlamentares durante audiência pública, mas recorreu ao direito constitucional de permanecer em silêncio. Os integrantes da CPI avisaram, porém, que vão convocá-lo novamente quando o acordo de delação premiada do empresário for homologado pela Justiça. Após a delação, ele será obrigado a responder as perguntas feitas na comissão.

Propina – Faerman é acusado de pagar propina a diretores da Petrobras por contratos celebrados entre a estatal e a empresa que representava no Brasil, a holandesa SBM Offshore. O empresário leu um documento no qual alegou ter 77 anos, apresentar problemas respiratórios e cardíacos e lembrou que está negociando com o Ministério Público acordo de colaboração sobre as acusações de irregularidades praticadas na Petrobras.

O empresário disse que foi contratado pela SBM em 1995 para ser representante da empresa no Brasil. Acrescentou que, desde então, seu trabalho “resultou em ganhos expressivos para a Petrobras”, em referência ao fornecimento de navios-plataformas para exploração do petróleo em águas profundas. Faerman negou ser lobista e disse que não foi informado de sua convocação pela CPI em março – quando não foi localizado e chegou a ter prisão preventiva solicitada pelo presidente da comissão, deputado Hugo Motta (PMDB-PB). No entanto, segundo depoimento do ex-executivo do SBM Offshore Jonathan David Taylor, colhido em Londres por integrantes da comissão, a SBM entregou a Faerman US$ 139 milhões para pagamento de propina a diretores da Petrobras, em troca de favorecimento em contratos com a estatal.  

Para Imbassahy, essa foi uma estratégia usada pela defesa  para impedir o depoimento. “É uma manobra que ele e os advogados estão fazendo para escapar da CPI, mas não vão conseguir. Ele terá que voltar”, disse o tucano. O deputado do PSDB afirma que Faerman é peça-chave para as investigações e tem muito a dizer. “O caso dele é de longa data. É uma história de propinas pagas à Petrobras por muitos e muitos anos. Ele tem dificuldades junto ao Ministério Público Brasil e às autoridades na Holanda. É uma situação de difícil saída. Até mesmo o advogado dele nos informou que está difícil para ele”, ressaltou.

Quebra de sigilos – Imbassahy protocolou quatro requerimentos em que pede a quebra dos sigilos fiscal e bancário de dois filhos do empresário Júlio Faerman – Marcelo e Eline Faerman – e do sócio dele, Luís Eduardo Barbosa da Silva, representante da SBM Offshore do Brasil. O parlamentar também pretende conhecer a movimentação bancária da empresa Oildrive Consultoria em Energia e Petróleo.

Em outro requerimento, Imbassahy solicita cópia do teor das investigações do MPF, inclusive em meio eletrônico “bem como de informações a respeito da eventual requisição de instauração de inquéritos policiais ou sobre a eventual propositura de ações penais, com base nos elementos probatórios coligados em aludido procedimento investigatório”. Na próxima quinta-feira (11), a CPI pode ainda aprovar a convocação para audiência dos filhos do empresário bem como do sócio dele.  

(Reportagem: Djan Moreno, com informações da Agência Câmara e da assessoria do deputado/ Foto: Alexssandro Loyola)

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9 junho, 2015 Últimas notícias Sem commentários »

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