Cidadão penalizado
Caio Narcio afirma que população sofrerá consequências de corte bilionário no Orçamento
O governo da presidente Dilma fará corte de R$ 69,9 bilhões no Orçamento de 2015, o maior contingenciamento de recursos da história. O anúncio foi feito na tarde desta sexta-feira (22) pelo ministro do Planejamento, Nelson Barbosa. Para o
deputado Caio Narcio (MG), a população sofrerá os impactos não somente pelo enfraquecimento de áreas essenciais, como também pela redução dos já escassos investimentos.
Na avaliação do tucano, não adiantará fazer um corte se o Planalto mantiver a mesma postura, na qual prevalecem a desorganização, a falta de planejamento e o aparelhamento político, beneficiando a corrupção. “O meu questionamento é: a partir do corte, o governo vai mudar a postura de execução? Caso não, vai continuar pagando três, quatro vezes o valor normal de uma obra. Se não há planejamento que dê segurança para que a máquina funcione, não adiantam nada os cortes, pois vão continuar gastando de forma perdulária”, disse.
Segundo Caio, o corte é decorrência do ajuste que está sendo feito para consertar as trapalhadas que o governo do PT fez no primeiro mandato de Dilma. O problema é que, assim como as demais medidas apresentadas pela presidente, a “tesourada” bilionária pune o cidadão. “Os cortes vão minar os investimentos, que seriam fundamentais para o país se desenvolver”, exemplificou. “É uma visão míope de um governo estabanado, que faz as coisas de forma improvisada e penitenciando o trabalhador”, completou.
Por ministério, Cidades foi o que sofreu o maior corte, de R$ 17,23 bilhões em relação aos valores aprovados pelo Congresso Nacional. Em segundo lugar, aparece o Ministério da Saúde, que sofreu um bloqueio de R$ 11,77 bilhões. Nem a educação foi poupada pelos criadores do lema “Pátria Educadora”: a pasta terá corte de R$ 9,42 bilhões.
Estelionato eleitoral – Em entrevista coletiva na quinta-feira (21), o senador Aécio Neves (MG) disse que a tesourada é mais um elemento do estelionato eleitoral e mais uma forma de jogar para a população os efeitos perversos do ajuste fiscal.
Segundo o presidente do PSDB, o PT e a presidente Dilma cometeram irresponsabilidades que hoje penalizam os mais pobres porque o governo sabia da necessidade de correções e não as fez no tempo certo e a um custo muito menor. “Preferiu deixar que a situação do país se agravasse como se agravou e, agora, 90% da conta desse ajuste serão pagos pelas famílias brasileiras”, apontou.
Os tucanos criticam a postura adotada agora pelo governo, pois acreditam que seria possível começar fazendo um ajuste cortando na própria carne. “Trinta e nove ministérios e 37 mil cargos é algo supérfluo”, avalia Caio Narcio. Para ele, os efeitos do ajuste poderiam ser outros se o governo se dispusesse a reduzir a inchada máquina administrativa.
De mal a pior – O corte orçamentário surge como uma das saídas para o governo tentar vencer o ceticismo do mercado de que irá cumprir sua meta fiscal em 2015. Será preciso poupar o máximo possível se quiser atingir a meta fiscal deste ano, de R$ 66,3 bilhões para todo o setor público, o equivalente a 1,1% do PIB.
Ao definir o tamanho do bloqueio, o governo estimou que o país terá uma retração de 1,2% do PIB neste ano, pior do que a previsão anterior (0,9%). A inflação oficial será de 8,26%, bem acima do centro da meta (4,5%).
O contingenciamento atinge 25,7 bilhões de reais do Programa de Aceleração do Crescimento, o equivalente a 38,2% do orçamento previsto inicialmente. As emendas parlamentares serão penalizadas em 21,4 bilhões de reais.
O problema, na avaliação do deputado mineiro é que “cortam o que é essencial, e não o supérfluo. “Essa não é a maneira que o PSDB faria um ajuste. Vamos ver o que virá depois desses cortes, pois o pior entre tudo que está havendo é a falta de confiança. Ninguém mais acredita nesse governo”, alerta.
Para cada ação de Dilma e sua equipe, o tucano tem enxergado uma covardia do PT para com os trabalhadores e brasileiros em geral. Sua preocupação é se a má administração e a distribuição de cargos em troca de apoio irão continuar, pois elas criam ambiente propício à corrupção e geram morosidade na execução de obras e programas. O tucano afirmou ainda que as obras que se arrastam há anos por falta de planejamento geram mais custos e minam a economia.
(Reportagem: Djan Moreno com informações do portal G1/ Foto: Alexssandro Loyola/ Áudio: Hélio Ricardo)
Deixe uma resposta