Mais um que não sabia


Deputados criticam diretor da Sete Brasil por alegação de desconhecimento de propinas na empresa

17453567458_518f43cc77_zDeputados do PSDB sugeriram que o diretor de Operações e Participações da empresa Sete Brasil deixe o cargo, por afirmar que desconhecia as irregularidades que envolvem a empresa. Renato Sanches Rodrigues foi ouvido nesta quinta-feira (14) pela CPI da Petrobras e disse nunca ter ouvido falar sobre pagamento de propina em contratos da firma, tendo tomado conhecimento apenas por meio da imprensa após a Operação Lava Jato.

O depoente alegou não ter participado do processo de criação da empresa nem dos contratos assinados pela Sete com a Petrobras para a construção de sondas. Ele disse, porém, que os preços das sondas contratadas pela Petrobras eram compatíveis com os praticados no mercado. O executivo disse ainda que a empresa enfrenta uma crise por causa da Lava Jato.

A Sete Brasil contratou, em 2011, os estaleiros Jurong Aracruz (ES), Estaleiro Atlântico Sul (PE), BrasFels (RJ), Estaleiro Rio Grande (RS) e Estaleiro Enseada Paraguaçu (BA) para construir as sondas e deixou de pagar pelos contratos em novembro do ano passado, depois que o BNDES não liberou empréstimo de 18 bilhões de dólares para a empresa.

Segundo o ex-gerente de Tecnologia da Petrobras Pedro Barusco, houve pagamento de propina pelos estaleiros para diretores da estatal e partidos políticos. Sanches Rodrigues negou conhecer tais irregularidades. Para o deputado Izalci (DF), “é no mínimo estranho que a Sete Brasil tenha sido criada já com um direcionamento de atuar na fabricação dessas sondas”, observou o tucano. Segundo ele, a licitação que gerou a contratação da Sete foi completamente direcionada.

Para o vice-presidente da CPI, deputado Antonio Imbassahy (BA), parece brincadeira o fato de um diretor dizer que não conhecia o que acontecia na empresa que dirige. “Como pode não saber de nada, o outro é presidente, esse é diretor, sabem que tem roubalheira comprovada, contratos onde tiravam 1%, 2% de propina e vêm aqui dizer que não sabem de nada. É melhor pedir o chapéu e sair da Sete Brasil. Como podemos ajudar uma empresa dessa que dizem não ter acontecido nada, sendo que ela está quebrada, com tanta dificuldade pois ninguém quer dar um centavo de financiamento para ela”, rebateu.

Na avaliação do deputado Delegado Waldir (GO), o mínimo que Rodrigues e o presidente da empresa, Luiz Eduardo Guimarães Carneiro, deveriam ter feito quando chegaram ao comando da firma era ter auditado os contratos e investigado o que acontecia na gestão anterior. De qualquer forma, o tucano enxerga que houve, no mínimo, má gestão. “E foi a má gestão e a corrupção que levaram a esse prejuízo bilionário”, avaliou.

(Reportagem: Djan Moreno/ Fotos: Alexssandro Loyola)

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14 maio, 2015 Últimas notícias Sem commentários »

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