Artigo: "E a colheita de juros de Dilma só aumenta", por Arthur Virgílio Bisneto
“O PSDB planta inflação para colher juros altos”. Essa foi uma das pérolas de Dilma Rousseff na campanha eleitoral de 2014. Com afirmações dessa natureza, que objetivaram puramente enganar a população, Dilma garantiu seu segundo mandato na Presidência da República.
Não custa lembrar que, durante a campanha, a candidata havia prometido baixar o valor da conta de luz, reduzir os juros e os impostos, ampliar os investimentos em infraestrutura, saúde e educação. Bem, nem é preciso dizer que se tratou de um pacote de inverdades que iludiu parte do eleitorado brasileiro, basta olharmos a situação do país atualmente. Um país que nem de perto se parece com aquele mundo encantado vendido pela presidente em 2014.
Como dito no início, a presidente esperneava em alto e bom tom que a taxa juros e a inflação elevadas eram coisas do PSDB. Pois bem, nada como o tempo para mostrar aos brasileiros que Dilma estava apenas tentando garantir a qualquer custo seu segundo mandato, mesmo que para isso fosse preciso mentir várias vezes em rede nacional para os 200 milhões de brasileiros.
Como 2014 era ano eleitoral, o governo foi se virando para lidar com o crescente aumento da inflação. De julho a novembro, por exemplo, a inflação acumulada em doze meses ultrapassava os 6,5% a.a., que é o teto estabelecido pelo regime de metas. Claro que para as mentes do governo não se poderia fazer o devido uso do aumento da taxa de juros para tentar controlar a inflação, afinal era ano eleitoral. Assim, a taxa de juros que em janeiro de 2014 foi de 10,5% a.a. chegou, às vésperas do pleito eleitoral, em 11% a.a., ou seja, um aumento de apenas 0,5 ponto percentual. Com esse malabarismo e mantendo inalterados os preços administrados pelo governo, tivemos ao final de ano uma inflação de 6,41%.
Pois bem, após a vitória de Dilma no segundo turno, tudo muda. As inverdades contadas na campanha eleitoral começaram a aparecer e continuam surgindo até agora. Nos dois últimos anúncios da taxa de juros feitos pelo Banco Central, ainda em 2014, pós-eleições, o que o governo fez foi aumentar os juros para 11,75% a.a. Vejam: Dilma aumentou os juros no final do ano mais do que durante os nove meses que antecederam as eleições!
E de lá para cá, o que temos notado, a cada anúncio feito pelo Banco Central, é uma taxa de juros mais elevada. Na última quarta-feira (29), por exemplo, a autoridade monetária divulgou a taxa de juros anual de 13,25%. Notem: depois do resultado do segundo turno das eleições, em 26 de outubro último, a presidente, que acusava o PSDB de ser o portador do aumento de juros, já aumentou os juros em 2,25 pontos percentuais. A taxa agora é a maior desde dezembro de 2008.
Como o aumento de juros tem justificativa no controle da inflação, a presidente vem dando tiro nos dois pés, pois a inflação não está nada controlada e os juros nas alturas. O mercado e o próprio governo não acreditam que a inflação de 2015 ficará abaixo dos 6,5% estabelecidos como teto da meta.
As atitudes de Dilma estão mostrando para a população que as palavras da presidente, nas últimas eleições, não passaram de inverdades para garantir um segundo mandato a todo custo. Qualquer brasileiro está sentindo, de alguma maneira, que foi enganado pela presidente. Hoje, temos evidências mais que suficientes para dizer que não é o PSDB que anda plantando inflação para colher juros. A presidente, por sinal, vem se mostrando bastante entendedora desse tipo de cultivo.
(*) Arthur Virgílio Bisneto, deputado federal pelo PSDB-AM, vice-líder da Oposição e presidente estadual do PSDB no Amazonas. Foto: Alexssandro Loyola/ Câmara Federal
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