Instabilidade regional
Presidida pelo PSDB, Comissão de Relações Exteriores promove audiência sobre crise política venezuelana
A crise política venezuelana será tema de audiência pública da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional (CREDN) nesta quarta-feira (27), às 10h, no plenário 3. O debate contará com as presenças da ex-deputada María Corina Machado, da jornalista Vanessa Silva, do Canal Globovisión, e dos professores Igor Fuser e Gilberto Maringoni, da Universidade Federal do ABC, em São Paulo.
“Desde o início do ano temos acompanhado a evolução da crise política e institucional na Venezuela, e todos os seus desdobramentos, inclusive no âmbito da Unasul com o grupo de chanceleres que atuam como facilitadores do diálogo entre o governo e a oposição. Nesta oportunidade, vamos poder saber em detalhes qual tem sido o papel exercido pelo Brasil no contexto da crise”, explicou o presidente da CREDN, Eduardo Barbosa (MG), que pediu a audiência, marcada inicialmente para o dia 14.
Apoio a calote argentino – A partir das 14h30, em plenário a ser definido, a CREDN promove uma segunda audiência pública. Além da crise na Venezuela, o colegiado debaterá o ingresso do Brasil na Suprema Corte dos EUA para apoiar a Argentina na causa em que o país é processado por 14 credores da dívida remanescente do calote de 2001. O pedido para realização da audiência foi apresentado por Barbosa e pelo deputado Duarte Nogueira (SP).
Foram chamados Marco Aurélio Garcia, Assessor Internacional da Presidência da República, e Marcelo Falak, cientista político e especialista em Relações Internacionais e Editor Internacional do Jornal Argentino “Âmbito Financeiro “.
No último dia 24 de março o governo brasileiro entregou o pedido para atuar na condição de “amicus curiae” (termo latim que significa “amigos da Corte‟ e identifica partes que querem ajudar em um caso judicial) em processo movido por credores da Argentina, em razão de dívida remanescente de calote que o país dera no ano de 2001.
Segundo amplamente divulgado pela mídia, o pedido para que o Brasil se manifestasse foi feito pelo ministro da Economia argentino, Axel Kicillof, em reunião com o seu colega brasileiro, Guido Mantega, ocorrida no final de fevereiro em São Paulo. Dessas tratativas também teriam participado Marco Aurélio Garcia e o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Mauro Borges.
Em troca, a Argentina acabaria com alguns entraves no comércio bilateral retirando barreiras para exportações brasileiras, principalmente em relação ao setor automotivo.
“É importante ouvirmos das autoridades do Poder Executivo todas as nuances que envolvem a participação brasileira nesse processo judicial, sobretudo obtermos os devidos esclarecimentos a respeito das implicações e dos impactos que o papel do Brasil frente ao caso pode gerar, notadamente na atual conjuntura econômica, em que o país está passando por uma minuciosa avaliação por parte das agências internacionais de classificação de risco”, destaca Barbosa.
(Da redação/Foto: Wikimedia Commons)
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