Operação Penalidade Máxima: CPI das apostas ouve responsáveis por investigação
A Comissão Parlamentar do Inquérito (CPI) sobre a manipulação dos resultados em partidas de futebol ouviu membros do Ministério Público (MP) do Goiás nesta terça-feira (30). O promotor de Justiça Fernando Cesconetto e o procurador-geral Cyro Terra Peres, responsáveis pela Operação Penalidade Máxima, participam da investigação de uma organização criminosa que alicia jogadores para fraudar jogos em campeonatos brasileiros.
O deputado Beto Pereira (PSDB-MS) apresentou requerimento para convidar a ministra do Esporte, Ana Moser, a participar de audiência pública na CPI. O requerimento não foi deliberado em razão do início da ordem do dia no plenário.
O parlamentar parabenizou o presidente do clube Vila Nova Futebol (GO), Hugo Jorge Bravo, pela denúncia do esquema. “Isso nos garante que a fiscalização, hoje, é falha. Porque o problema existe, o crime existe e não existiria hoje qualquer tipo de investigação se não fosse uma denúncia promovida pelo presidente”, afirmou.
Pereira questionou os representantes do MPGO sobre o conhecimento de outros processos em curso em unidades do Ministério Público, já que estas poderiam contribuir para os rumos da investigação.
O promotor Fernando Cesconetto afirmou que os MP de outros estados estão realizando investigações paralelas, mas que não se relacionam com a Operação Penalidade Máxima. Quanto a participação de dirigentes, juízes, casas e sites de apostas, os investigadores afirmam que não há evidências de envolvimento e que também figuram como vítimas do esquema.
Segundo Cesconetto, a organização criminosa funcionava dividida em núcleos de financiadores, apostadores, intermediadores e o setor administrativo, com membros espalhados pelo território nacional. A investigação apura também a relação com dois dos principais sites de apostas usados no Brasil, Betano e Bet365.
Iniciada em abril deste ano, a investigação já conta com 13 integrantes da organização criminosa e 24 atletas denunciados. O MP do Goiás apura fraudes em jogos das Séries A e B do Brasileirão de 2022 e em partidas de estaduais de 2023.
*Giulia Neves, estagiária sob supervisão
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