Em meio a confusão em audiência com Dino, Lucas Redecker destaca a necessidade de “construir pontes” entre os polos políticos
A audiência com o ministro Flávio Dino (Justiça e Segurança Pública) na Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado desta terça-feira (11/04) foi marcada pela hostilidade entre a oposição e a base do governo. O deputado Lucas Redecker (PSDB-RS) participou da reunião e reprovou o comportamento do colegiado. Para ele, o presidente “tomou a decisão certa” ao encerrar mais cedo a sessão.
“Eu só tenho a lamentar, porque nós tínhamos uma comissão importante, com a presença do ministro, e não conseguimos finalizar porque os deputados não conseguiram manter a postura”, criticou o parlamentar.
O deputado chegou a apaziguar uma discussão entre os deputados Duarte Jr (PSB-MA) e Zé Trovão (PL-SC) e a Polícia Legislativa precisou intervir em três situações. Para o tucano, o “mal exemplo” do parlamento revela o desgaste e a polarização do Congresso e dá espaço para o crescimento de uma terceira via.
“As pessoas não se sentem representadas por essa rixa política, pela visão do ‘quem não concorda comigo tem que virar inimigo’. Isso está sendo demonstrado nos últimos anos e o reflexo está nos estados, como no Rio Grande do Sul. Mas claro, ainda temos tempo pela frente, mais de três anos. A população vai entender que precisamos ter pessoas que queiram construir pontes e não as dividir”, afirmou.
Devido ao encerramento da sessão, Redecker não teve a chance de questionar o ministro. Ele seria o próximo na lista de membros inscritos e ressalta os esclarecimentos que gostaria de ouvir de Flávio Dino.
“Primeiro a questão das invasões de terra. Quando o líder do Movimento Sem Terra (MST) anuncia que terão novas invasões, ele anuncia que crimes serão cometidos. O ministro da Justiça precisa tomar alguma providência em relação a isso. São invasões, assim como já aconteceram na Esplanada dos Ministérios, a lugares que possuem direito de propriedade”, defendeu.
Ele questiona também a suspenção do estatuto do desarmamento. No primeiro dia de governo, o presidente Lula assinou um decreto que restringiu o acesso às armas e munições no Brasil. Segundo o decreto, colecionadores não podem mais andar com as armas municiadas. “Eles ficam a mercê de bandidos, que sabem que eles estão com o armamento, mas sem munição – e assim se tornam alvos fáceis para ter a arma roubada”, disse Redecker.
Esta é a segunda vez que Dino presta esclarecimentos em comissões da Câmara Federal. O ministro esteve na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) no dia 28 de março e, desta vez, deixou o parlamento aos gritos de “fujão” por membros da oposição.
*Giulia Neves, estagiária sob supervisão
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