Crise e variação de preços de combustíveis da Petrobras afetam famílias mais carentes

O deputado Danilo Forte (CE) alertou para a situação de milhares de famílias carentes que foram afetadas na pandemia pelas crises econômica e energética. Em comissão geral na Câmara nesta terça-feira (14), ele falou sobre as dificuldades enfrentadas por mães de família no interior do Ceará, onde um botijão de gás chega a custar R$ 130. “Estou falando da região mais pobre do Brasil, do Nordeste brasileiro, encravado no Semiárido”, disse. 

O presidente da Petrobras, Joaquim Silva e Luna, participou da comissão com os parlamentares. A solução da crise passa pela empresa, avalia Danilo Forte, que defendeu uma política de planejamento de preço que não afete a já difícil condição econômica de muitas famílias.

De acordo com o IBGE, a gasolina acumula alta de preço de 31,1% entre janeiro e agosto, contra uma inflação geral de 5,7% (IPCA). O diesel e gás de cozinha (GLP) também concentram altas (28% e 23,8%, respectivamente). O valor dos combustíveis impacta a geração das usinas termelétricas movidas a gás natural e óleo diesel.

Segundo Luna, a estatal responde por apenas 34% do preço do litro da gasolina na bomba. O restante é margem de lucro de postos e refinarias, tributos federais e estaduais e o custo do etanol misturado.

COMPERJ

O deputado Otavio Leite (RJ) questionou o presidente sobre o futuro do COMPERJ, Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro. O Tribunal de Contas da União (TCU) calcula que as obras do Complexo geraram prejuízo de US$ 12,5 bilhões à Petrobras. “Ele tem um potencial gigantesco de geração de emprego, de renda e de dividendos para o Estado do Rio e para o País”, avalia Leite.