Embaixador da China garante a Aécio compromisso de entrega do IFA para vacinas


“As relações da China com o Brasil vão muito além de governos, são relações que existem a longo tempo e vamos trabalhar no Congresso Nacional, por meio da Comissão de Relações Exteriores, para melhorarmos o ambiente entre os nossos países”, declarou o deputado Aécio Neves, presidente da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa da Câmara, após reunião com o embaixador da China no Brasil, Yang Wanming, nesta sexta-feira (14/05). 
 
Os dois trataram do envio do IFA (Ingrediente Farmacêutico Ativo) necessário para produção de vacinas pelo Instituto Butatan, em São Paulo, e pela Fiocruz, no Rio. 
 
O embaixador assegurou a Aécio que os atrasos nos prazos de envio do insumo ao Brasil não estão relacionados a declarações dadas por autoridades brasileiras contra a China. Mas ele pediu ao deputado que atue junto ao Congresso para permitir um ambiente de entendimento entre os dois países. A China é hoje o parceiro principal do Brasil para a produção de vacinas.
 
“O ambiente sadio é essencial para o futuro dessas relações e para avançarmos nos entendimentos. O embaixador Yang considera as críticas feitas ao governo chinês infundadas, injustas e acha importante que o Congresso possa ajudar para que as relações entre os nossos países não sejam contaminadas”, afirmou o deputado. 

Yang Wanming disse a Aécio estar pessoalmente envolvido com as autoridades chinesas para acelerar as exportações de IFA ao Brasil o mais rapidamente possível. Ele justificou os atrasos em razão da grande demanda também de outros países. Segundo o embaixador, seu país já exportou para cerca de 100 países mais de 300 milhões de doses de vacinas. 

Suspensão de patentes 

Nesta segunda reunião com o embaixador chinês desde que assumiu a presidência da Comissão, Aécio reiterou sua defesa pela proposta de flexibilização temporária de patentes das vacinas e medicamentos contra a COVID-19. Ele é autor do Projeto de lei 1247/21 que prevê a licença compulsória de patentes durante situações de emergência em saúde. 

“Também fiz ao embaixador uma consulta sobre uma mudança de posição da China em relação às patentes. Ele disse que seu país está aberto a conversar na OMC e defendeu a abertura das consultas sobre a quebra de patentes que garantam o que chamou de acessibilidade a medicamentos e vacinas, principalmente pelos países mais pobres e em desenvolvimento. É um passo novo”, afirmou Aécio. 

Na terça-feira, o deputado discutiu a suspensão temporária de patentes com o ministro Carlos França (Relações Exteriores) e o representante do Brasil na OMC, Alexandre Parolla. 

“Temos que pensar essa questão não apenas no curtíssimo prazo, e, nesse, somos mesmo dependentes da oferta de vacinas de outros países. Mas, a médio e longo prazos, nós não podemos deixar que se perpetue essa posição de absoluta dependência. Por isso, defendo que o Brasil apoie a flexibilização de patentes e vamos discutir ainda nos próximos dias na Câmara dos Deputados esse tema”, disse. 

Aécio informou ter tratado sobre a flexibilização também com o presidente da Câmara, deputado Arthur Lira. 
 
“Tive essa semana duas reuniões com o presidente Arthur Lira e estamos buscando construir também um caminho que permita ao Brasil se preparar para novas ondas ou futuras pandemias, inclusive com investimentos no nosso parque industrial farmacêutico público e privado e com eventual flexibilização das patentes e quando decretada pelo Congresso na existência de emergência sanitária. E isso pode ser feito inclusive com pagamento de royalties às farmacêuticas detentoras dos direitos. É um novo caminho que precisa ser explorado”, concluiu. 

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14 maio, 2021 Destaque3, Últimas notícias Sem commentários »

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