Pedro defende uso da Cannabis para fins medicinais


O deputado federal Pedro Cunha Lima (PB) fez uso da tribuna na Câmara Federal, nesta quarta-feira (4), para defender a legalização do uso da Cannabis para fins medicinais e criticou a decisão da Anvisa que coloca sobre a indústria farmacêutica o poder para comercialização do medicamento, ao proibir o cultivo para pesquisa e produção de medicamentos. Com isso, empresas terão ainda que importar substratos de matéria-prima à base da planta caso queiram desenvolver os produtos.

O parlamentar afirmou em sua fala, que quando se trata de saúde pública o Brasil é um país extremamente cruel por não oferecer o mínimo para o tratamento de milhões de brasileiros que morrem nas filas de hospitais. “O assunto fica ainda mais grave e cruel quando o poder público, além de não oferecer o tratamento, ainda impede que um paciente possa tomar o remédio que traz a sua cura. E aqui eu falo de milhares de pacientes que precisam de extratos da maconha como o canabidiol, THC, que com evidência científica conseguem a cura com essas substâncias”, destacou.

Convulsões, epilepsia e mal de Alzheimer são algumas doenças que podem ser controladas por meio da terapêutica com a utilização de substâncias extraídas da folha da maconha. “Porém, por um preconceito medieval, primitivo, por conta de um atraso bizarro da sociedade, a gente tem um Poder Público que proíbe esse tratamento”, pontuou, acrescentando que não se trata do uso recreativo e sim da utilização para tratar doenças, diminuir sofrimento e salvar vidas.

Decisão da Anvisa – Durante seu discurso, o deputado Pedro ainda criticou uma resolução da Anvisa, divulgada na última terça-feira (3), em que coloca sob exclusividade da indústria farmacêutica o uso das substâncias extraídas da folha da maconha. “A Anvisa não enxerga essa realidade como é preciso. Coloca na indústria farmacêutica uma exclusividade que dificulta o acesso. Hoje já existe um medicamento que pode ser vendido no Brasil, o Mevatyl, que custa mais de R$ 2 mil, e a mesma terapia pode ser produzida por 10% desse valor, aumentando o acesso”, comparou o parlamentar.

O tucano diz que o Poder Público é cruel ao ficar calado, proibindo o tratamento de um paciente. “Além dessa dificuldade do acesso, temos que enxergar que essa é uma terapia personalizada. São vários os tipos de óleos que podem ser extraídos, a dosagem é variada e a gente, por um preconceito medieval, continua barrando esse acesso, esse tratamento”, afirmou indignado.

Na Luta – Pedro fez referência a Associação ABRACE Esperança e a Liga Canabica da Paraíba, ambas de João, Pessoa. “A ABRACE, em João Pessoa, na Paraíba, para o nosso orgulho, precisou de autorização judicial para ter o básico. Decisão essa, que desmoraliza o legislativo porque é preciso ter uma autorização do judiciário para ter a capacidade e o direito de se tratar”, alfinetou e acrescentou: “Também faço uma referência a Liga Canabica da Paraíba, que encampa essa luta, e com quem estive reunido na última segunda-feira. Inclusive, destaco o caso de um paraibano, Pedrinho, que tinha até 40 convulsões por dia e depois do uso do medicamento passou 11 meses sem nenhuma convulsão. A gente precisa despertar para essa aberração e loucura que é proibir um tratamento”, disse.

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5 dezembro, 2019 Noticia3, Últimas notícias Sem commentários »

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