Debatedores sugerem políticas de cidadania no combate aos “gatos”
Popularmente conhecidos como “gatos”, os furtos, desvios e fraudes de energia elétrica causam prejuízo anual de R$ 1,5 bilhão para o setor. Só em 2018, essas perdas representaram quase 15% (60 mil GWh) do total de energia gerada em média e baixa tensões.
Os números foram apresentados nesta terça-feira (19) pela Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee) em audiência da comissão especial da Câmara que elabora uma proposta de Código Brasileiro de Energia Elétrica.
Para solucionar tais problemas, os deputados analisam sugestões técnicas, econômicas e de cidadania. O especialista em energia do Instituto de Defesa do Consumidor, Clauber Leite, cobrou das empresas a real identificação dos autores de “gatos”, além de ações de cidadania do poder público nas áreas de maior vulnerabilidade social.
Em busca dessa transparência, o relator da comissão especial, deputado Lafayette de Andrada (Republicanos-MG), pediu relatório detalhado a vários órgãos públicos federais (Ministério das Minas e Energia, Agência Nacional de Energia Elétrica – Aneel – e Eletrobras). Andrada quer saber como o setor tem utilizado os recursos vindos de uma série de encargos embutidos na conta de luz.
Para o presidente da comissão, deputado Lucas Redecker (RS), a solução das perdas de energia elétrica também passa pela regularização fundiária, a cargo das prefeituras.
“Não é uma coisa atípica passar na entrada de uma vila, favela ou localidade e ver os postes cheios de fios engatados na fiação elétrica e sendo encaminhados para dentro dessas localidades. Um dos pontos que eu vejo de maior desafio é os municípios fazerem a regularização fundiária dessas localidades. E aí a companhia de energia pode trabalhar dentro dessa relação, que tem um custo distribuído para todos os consumidores”, observou.
(Agência Câmara/ Foto: Cleia Viana/Câmara dos Deputados)
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