Tragédia em Brumadinho não pode passar impune, cobram deputados mineiros


O deputado Abi-Ackel presidiu parte dos trabalhos da comissão geral nesta quarta.

Deputados mineiros se reuniram nesta quarta-feira (13) em comissão geral na Câmara para debater o rompimento da barragem da Vale em Brumadinho (MG). Representantes de cidades e grupos afetados pela tragédia detalharam o caos vivido pelos moradores e cobraram ações para garantir que a região seja recuperada. Já são 166 mortes confirmadas e ainda há mais de 150 pessoas desaparecidas.

O maior crime ambiental do estado não pode passar impune, cobrou o deputado Domingos Sávio (MG). Segundo ele, é preciso investigar o caso para dar uma resposta às famílias e evitar novas tragédias. O tucano defendeu a instalação de uma CPI, medida já autorizada pelo presidente da Casa, Rodrigo Maia.

“Não é admissível que continuem fazendo barragens de rejeito se já há tecnologia que permite trabalhar a mineração sem expor a vida humana e a natureza a um monstro, que é uma barragem de rejeito”, declarou.

O desastre de Brumadinho aconteceu apenas 3 anos após o rompimento de uma barragem da empresa Samarco que devastou o distrito de Bento Rodrigues, em Mariana (MG), e deixou 19 mortos. Na presidência da comissão geral, o deputado Paulo Abi-Ackel (MG) destacou a semelhança dos dois casos

O prefeito de Mariana, Duarte Eustáquio Júnior, lamenta que uma tragédia tenha se repetido em tão pouco tempo. “O que aconteceu não poderia ter acontecido em hipótese alguma. Mariana tinha por obrigação ser referência para o Brasil, para que isso não voltasse a acontecer”, afirmou.

Major do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, José do Carmo Barbosa relatou o andamento dos trabalhos em Brumadinho. Segundo ele, a corporação de MG contou com o apoio de bombeiros de 11 estados. Barbosa explica que os bombeiros começaram a atuar aproximadamente 30 minutos após o desabamento da barragem.

Com o apoio de aeronaves, cães treinados e maquinário pesado, os bombeiros ainda trabalham na localização e remoção dos corpos das vítimas. “Nossa corporação continua trabalhando com o mesmo efetivo, de forma incansável, da mesma forma que se deu no início das operações. Até esgotarmos todas as possibilidades, o Corpo de Bombeiros estará presente”, garantiu.

A presidente da Associação Comunitária da Jangada, Carolina de Moura Campos, se mostrou preocupada com o impacto desse crime ambiental para a população de várias regiões próximas a Brumadinho. Em anos anteriores, a captação de águas do Paraopeba foi a solução para abastecer a região metropolitana de Belo Horizonte. “Vamos ver no meio do ano, no período da seca, como o impacto desse crime vai chegar de fato a toda a população da região”, alertou;

(Da redação/ Foto: Alexssandro Loyola)

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13 fevereiro, 2019 Banner, Últimas notícias Sem commentários »

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