CPI de Brumadinho fará investigação séria das causas do desastre, avaliam tucanos


Na primeira sessão de debates no plenário da Câmara desta legislatura, os deputados Domingos Sávio (MG) e Eduardo Cury (SP) reforçaram o apoio à CPI de Brumadinho, que vai investigar as causas da tragédia causada pelo rompimento de uma barragem de rejeitos da Vale na cidade mineira. Os tucanos lembram que, além das vidas perdidas, os danos naturais podem ser irreparáveis. Eles defendem uma apuração séria e afirmam que é preciso apresentar respostas rápidas à sociedade. O líder do PSDB, deputado Carlos Sampaio (SP), é coautor do pedido de CPI.

Carlos Sampaio é coautor de CPI que vai investigar tragédia de Brumadinho

“Quero trazer aqui não só a tristeza, mas também a indignação que tomou conta de todos nós mineiros e brasileiros da terrível tragédia da ruptura da barragem da Vale em Brumadinho, tragédia que não pode ser chamada de acidente, de desastre natural. Trata-se de um crime mesmo e que requer punição”, declarou Sávio.

O tucano foi um dos primeiros a assinar o pedido de CPI e afirma que é preciso uma ação rápida. “A questão é grave e não podemos esperar o início dos trabalhos da CPI. Vamos nos reunir com o ministro do Desenvolvimento Regional para que demonstre de maneira clara as atitudes tomadas, pois existem várias outras barragens. Já vinhamos dizendo que não precisa de barragem de rejeito. O que faz isso é a ganância. É possível minerar sem esse tipo de barragem que ceifa vidas, que destrói o meio ambiente. Portanto, punição para os culpados”, disse.

Ao lembrar a tragédia da cidade de Mariana, em 2015, Eduardo Cury disse ser inadmissível uma segunda tragédia nos mesmos moldes. “Ainda mais sem que até agora saibamos as causas do rompimento de barreiras, principalmente se tratando de uma empresa líder mundial, sem que apresente e dê garantias à sociedade para evitar tragédias desse porte”, afirmou.

Para o tucano, a CPI é uma ferramenta adequada para apurar os fatos e trazer luz sobre o funcionamento das barragens para que se tome conhecimento se há garantia de segurança das represas de mineradoras no Brasil.

Treze dias após o rompimento da barragem, a Defesa Civil já confirmou 150 mortes. A barragem que se rompeu em Brumadinho tinha como finalidade, de acordo com a Vale, a deposição de rejeitos. Ainda de acordo com a mineradora, a barragem, construída em 1976, estava inativada e, no momento, não havia nenhuma atividade operacional em andamento.

As causas do rompimento ainda são desconhecidas. De acordo com a Vale, a barragem possuía segurança física e hidráulica. A Polícia Federal e a Polícia Civil de Minas investigam o caso para averiguar se houve alguma irregularidade na elaboração dos documentos técnicos.

(Reportagem: Djan Moreno/ Fotos: Alexssandro Loyola)

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6 fevereiro, 2019 Banner, Últimas notícias Sem commentários »

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