Evasão escolar precisa ser combatida com boa gestão e educação de qualidade, defende Betinho


É preciso mudar o tratamento dispensado aos principais atores no processo educacional, avalia tucano.

Tornar a escola um lugar atrativo e dinâmico e, ao mesmo tempo, priorizar as boas práticas de gestão são caminhos a serem percorridos para dar um basta à evasão escolar no Brasil. A defesa é feita pelo 1º vice-líder do PSDB na Câmara, deputado Betinho Gomes (PE).

Praticamente quatro em cada dez jovens de 19 anos (36,5%) não concluíram o ensino médio, idade considerada ideal. Entre eles, 62% já estão fora da escola e 55% pararam de estudar ainda no ensino fundamental. Os dados fazem parte do monitoramento do Todos pela Educação, com base na Pnad Contínua, do IBGE.

No ensino fundamental o cenário não é muito diferente: 24,2% dos jovens de 16 anos ainda não concluíram esta etapa de estudo. Entre eles, 23% não estão mais na escola.

“Claramente nós temos no Brasil um problema de gestão. Municípios, estados e até a União não priorizaram a educação como deveriam”, aponta Betinho.

O deputado acredita que a educação básica precisa vencer importantes gargalos. No mesmo sentido, o diretor de políticas educacionais do Todos pela Educação, Olavo Nogueira Filho, acredita que os altos índices de reprovação e evasão escolar acontecem pela baixa qualidade do ensino. O aluno avança de série sem o conhecimento devido e acaba sendo induzido a sair da escola.

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Para Betinho, é preciso mudar o tratamento dispensado aos principais atores no processo educacional. “Esse é o principal gargalo: priorizar a gestão, qualificar os profissionais e a rede de atendimento, ampliando-a, e preparando os professores, envolvendo pais e alunos nas decisões de estratégias educacionais. Se conseguirmos ter uma escola inovadora, uma escola atraente, provavelmente a gente vai ter uma nova fórmula de escola”, explica o tucano.

O novo modelo de ensino médio poderá contribuir nesse sentido, avalia o deputado. Segundo ele, o novo currículo dessa modalidade vai estimular o ensino profissionalizante e em tempo integral.

Como é hoje, além da alta evasão e reprovação, os estudantes não conseguem adquirir as habilidades básicas esperadas. De acordo com um levantamento do MEC divulgado no ano passado, 55% dos estudantes de 8 anos do 3º ano do ensino fundamental das escolas públicas tinham conhecimento insuficiente em matemática e leitura. Eles apresentavam dificuldades em reconhecer figuras geométricas, valor monetário de uma cédula e contar objetos, por exemplo, além de não conseguirem ler palavras com mais de uma sílaba e identificar o assunto de um texto, mesmo estando no título.

Já entre os estudantes que estavam concluindo o ensino médio, 7 em cada 10 alunos não tinham níveis suficientes de compreensão e leitura em português e matemática, de acordo com a Avaliação da Educação Básica (Saeb) 2017. De modo geral, o estudo colocou o ensino médio com nível 2 de proficiência em uma escala de 0 a 9 – quando menor o número, pior o resultado.

Betinho reforça a necessidade de uma boa gestão. Apesar de reconhecer a falta de recursos por parte de alguns entes federados, o tucano ressalta que há bons exemplos no país e esses só são possíveis quando há qualificação da gestão.

“Isso só é possível porque priorizaram estratégias bem definidas envolvendo esses segmentos: professores, pais, alunos; e principalmente definindo metas claras. Esse é um grande desafio que o país tem que enfrentar, garantindo recursos e melhorias na gestão para a gente superar esses problemas”, reforçou o parlamentar.

(Reportagem: Djan Moreno/foto: Alexssandro Loyola/áudio: Hélio Ricardo)

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20 dezembro, 2018 Últimas notícias 1 Commentário »

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