Ao Roda Viva, Mara Gabrilli destaca objetivos do mandato no Senado
A deputada e senadora eleita Mara Gabrilli (SP) foi a entrevistada do programa Roda Viva, da TV Cultura, que foi exibido na noite de segunda-feira (4). A parlamentar abordou temas que nortearão seu mandato e destacou os rumos e desafios do PSDB neste novo momento da política nacional.
Lembrando que o programa estava indo ao ar exatamente no Dia Internacional da Pessoa com Deficiência, Mara disse que tem como bandeiras urgentes no Senado a política de inclusão de pessoas autistas, fazer com que as escolas tenham acessibilidade e ampliar a atenção e a disponibilização de medicamentos às pessoas com doenças raras. “Gerir melhor a saúde é algo fundamental. O dinheiro que se gasta com a judicialização de medicamento para doença rara dava para distribui-lo para todas as pessoas que precisam”, alerta.
A deputada e senadora eleita por São Paulo afirmou ainda que um sonho a ser realizado é acabar com a fila de cadeira de rodas no Brasil. Para ela, a questão é de gestão, que precisa ser revista o quanto antes.
DIREITOS HUMANOS
Mara falou sobre a decisão do presidente eleito Jair Bolsonaro de manter a Secretaria de Direitos Humanos como status de Ministério após pedido realizado por ela. O futuro ministro da Casa Civil, Onix Lorenzoni, afirmou na segunda-feira que o presidente havia mudado de ideia e decidido manter a pasta após reunião com a bancada feminina no Congresso na semana passada e de um discurso de Mara.
De acordo com a senadora eleita, as minorias precisam ser contempladas e não podem ser desprezadas pelo novo governo. Em sua opinião, é fundamental que exista um ministério que cuide de políticas públicas dirigidas às mulheres, aos deficientes, negros, comunidade LBTQI e outros grupos.
A tucana destacou, ainda, conversas no PSDB a respeito da próxima gestão. “Devemos nos unir cada vez mais e buscar consenso”. Segundo ela, a eleição passou e agora é hora de unir forças a favor do Brasil.
Em relação a temas em pauta com o novo governo como a revisão do Estatuto do Desarmamento, Mara disse não acreditar que a violência possa ser o caminho para a paz e demonstrou temor com a possibilidade de “armar a população”.
Engajada no combate à corrupção, Mara apresentou uma proposta que está elaborando de criação de uma comissão mista no Congresso, que irá atuar com órgão do Executivo e, especialmente, entidades da sociedade civil organizada. O intuito é acompanhar e fiscalizar as ações do governo. A proposição já foi inclusive apresentada por ela ao futuro ministro da Justiça, Sérgio Moro. “É importante que haja uma sinergia de ações e que ele sinta que há respaldo no Congresso”, disse.
Ela defende a adoção de mecanismos de monitoramento e fiscalização para coibir irregularidades e ressalta que propostas defendidas pelo PSDB, como a reforma tributária, que vai gerar desburocratização, automaticamente, reduzirá também a corrupção.
Mara foi questionada sobre temas polêmicos como a descriminalização do uso de drogas para usos medicinais. Mesmo diante do conservadorismo da nova formação do Congresso, a parlamentar afirma que os debates não podem ser calados.
“São temas importantíssimos. No caso do canabidiol na medicina é algo que se torna cada vez mais urgente, pois a cada dia surgem pesquisas e situações que provam o quanto ele pode melhorar a vida do autista, de quem tem convulsões e epilepsia”, destacou Mara, ao ressaltar que é possível debater o tema e fazê-lo avançar no Congresso por meio do diálogo. Segundo ela, tudo depende da forma como o assunto é abordado.
(reportagem: Djan Moreno/foto: reprodução)
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