Lippi alerta para dificuldades da indústria de painéis de energia solar


Brasil tem potencial para se tornar um dos maiores produtores desse segmento, avalia o tucano.

A pedido do deputado Vitor Lippi (SP), a Comissão de Minas e Energia realizou audiência pública nesta quarta-feira (28) para discutir a crise na indústria nacional de produção de placas e painéis de energia solar no Brasil.

O parlamentar destacou que o setor é um dos que mais crescem no mundo e defendeu que o Brasil tem potencial para se tornar um dos maiores produtores desse segmento, fomentando a economia e gerando mais empregos. Entretanto, a produção nacional não tem conseguido se manter por conta do modelo de tributação sobre os importados.

A demanda, os leilões de frequência, o financiamento, os tributos e o desenvolvimento tecnológico foram abordados como os mais problemáticos para a competitividade do setor. O tucano também citou a crise e o fechamento de empresas como a S4 Solar em Pernambuco, a BYD, Flex e Canadian Solar, em São Paulo. “Nós estamos muito próximos do colapso total desse setor estratégico no Brasil”, lamentou.

Segundo o deputado, o Brasil é um dos países líderes em morte de empresas no mundo, por conta das demoras administrativas e complexidade tributária. O sistema trabalhista, o custo da energia elétrica e a importação também geram valores exorbitantes.

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O tucano apontou que o custo administrativo das empresas brasileiras chega até 10 vezes mais que em outros países. “Uma empresa na Europa ou na Ásia, que precisa de 4 funcionários para atingir a margem de lucro, no Brasil precisa de 40. Se não corrigirmos vamos matar o Brasil”, alertou.

Lippi disse que, se o sistema continuar do jeito que está, irá penalizar não só as indústrias, mas também as famílias brasileiras. “Em vez de defendermos a indústria nacional, nós temos hoje um regime tarifário que impede a produção, inviabiliza e a destrói”.

Ao final da reunião, o parlamentar acatou a sugestão do deputado Arnaldo Jardim (PPS-SP) de fazer um manifesto, a ser enviado ao governo de transição e subscrito por membros da comissão de Minas e Energia, que fale sobre essas questões estratégicas para o país, enfatizando os conselhos de integração, a energia fotovoltaica e a necessidade de uma visão integrada de componentes.

(Reportagem: Cristiane Noberto/foto: Alexssandro Loyola/ Áudio: Hélio Ricardo)

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28 novembro, 2018 Noticia2, Últimas notícias Sem commentários »

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