Rocha acredita em mais uma condenação para Lula no caso do sítio de Atibaia


Conforme o MP, Lula recebeu propina de empresas como a OAS e a Odebrecht por meio da reforma e decoração no sítio em que frequentava com a família.

O ex-presidente Lula deixará a carceragem da Polícia Federal em Curitiba nesta quarta-feira (14) para prestar depoimento à juíza Gabriela Hardt no processo sobre o sítio de Atibaia (SP). A investigação se dá no âmbito da operação Lava Jato e foi motivada por denúncia apresentada pelo deputado Rocha (AC).

O parlamentar do PSDB acredita que o petista negará as irregularidades, recorrendo à mesma tática já apresentada em todos os processos que responde na Justiça.

“Como a defesa não tem argumentos para sustentar uma linha coerente, eles vão apelar para a tese de que faltam provas. O fato é que a quantidade de provas obtidas tanto pela Polícia Federal quanto pelo Ministério Público são suficientes para afirmar que houve sim recebimento de vantagem indevida pelo ex-presidente”, aponta Rocha.

No processo, Lula é acusado de ter recebido propina de empreiteiras por meio da reforma do sítio. A OAS afirmou que bancou a reforma da cozinha, que custou R$ 170 mil. Na semana passada, três executivos da empresa prestaram depoimento e contaram detalhes das negociações envolvendo a reforma da propriedade.

Léo Pinheiro, preso desde 2016, disse que foi o próprio ex-presidente que pediu um conserto no lago e também reformas na sala e na cozinha do sítio de Atibaia, e que também pediu segredo. Ele reforçou que o valor da reforma no sítio foi descontado de uma conta corrente de propinas que a OAS tinha com o PT e que a reforma no tríplex do Guarujá também veio dessa conta. 

Para o deputado Rocha, as afirmações apenas corroboram as inúmeras provas e outros testemunhos já prestados. “Essa vai ser mais uma das ações que vai acabar em condenação”, alerta o tucano.

Na avaliação do parlamentar, não há outra saída para o ex-presidente. Por isso, acredita ele, a defesa tentará mais uma vez negar tudo. O Ministério Público Federal (MPF) acusa Lula de receber propina da OAS e da Odebrecht por meio da reforma e decoração no sítio.

Quantidade de provas é suficiente para confirmar que houve prática de crime, diz Rocha.

“Diante da quantidade de provas, não há outra saída a não ser negar, mas isso não se sustenta, pois a quantidade de provas é suficiente para confirmar que houve sim a prática de crime”, reforça.

O PT e apoiadores do ex-presidente se organizam para fazer um ato em Curitiba durante o depoimento. Rocha, que assumirá em janeiro o mandato de vice-governador do Acre, afirma que a Justiça tem alcançado a todos, independentemente de posições, e que, portanto, o fato de ser ex-presidente da República, não isenta Lula de responder por seus atos.

“Durante muito tempo, as pessoas ficaram acima da lei e, com a Lava Jato, isso mudou. O brasileiro passou a acreditar na Justiça. Antes não se via a Justiça prender grandes empresários e políticos. Hoje vemos que ela alcançou a todos, inclusive empresários com projeção internacional, governadores, senadores deputados e até um ex-presidente, todos presos, coisa que não se imaginava tempos atrás”.

(Reportagem: Djan Moreno/ Foto: Alexssandro Loyola)

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13 novembro, 2018 Destaque3, Últimas notícias Sem commentários »

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