Em debate sobre “Escola Sem Partido”, Rogério Marinho defende pluralidade


Rogério Marinho durante o debate nesta terça; tucano critica doutrinação ideológica nas escolas.

A Comissão Especial destinada a proferir parecer ao projeto chamado de Escola Sem Partido se reuniu nesta terça-feira (13) para apreciar o texto apresentado pelo relator, deputado Flavinho (PSC-SP). A votação acabou sendo adiada devido à obstrução da oposição e o início das votações no plenário do Congresso Nacional.

Integrante do colegiado, o deputado Rogério Marinho (RN) saiu em defesa da proposta. “É importante que a sociedade saiba que infelizmente a escola brasileira está dominada por uma única corrente ideológica. É fundamental que haja pluralidade”, argumentou.

O parlamentar afirmou que os brasileiros têm acompanhado a discussão do PL e esperam uma resposta do Parlamento em relação à matéria. Isso porque, segundo ele, o país está assistindo a utilização das escolas e universidades para propagação de uma corrente ideológica.

Citando Max Weber, o tucano disse que a tarefa do professor é servir aos alunos com seu conhecimento e experiência, e não lhe impor preferências pessoais.

“Estabeleceram a hegemonia de uma corrente de pensamento. A pluralidade não tem sido exercida”, criticou. De acordo com ele, há intolerância em relação a quem pensa diferente. “Se alguém for a uma universidade com uma camiseta do presidente eleito, Jair Bolsonaro, corre o grave risco de ser retaliado”, exemplificou.

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Para o deputado, essa ideologização do ensino não produz resultado positivo para a qualidade do ensino. “Ao contrário, o efeito é ríspido”, alerta. O parlamentar destaca que o Brasil possui um dos melhores sistemas de avaliação educacional da América Latina. Sistema esse que tem mostrado que não há nenhuma inflexão positiva no resultado do ensino básico e da proficiência do ensino ao longo dos últimos 14 anos. “É uma curva sem oscilação. E quando há, é muito pouco”.

Segundo Marinho, testes mostram que 90% dos alunos com 8 anos de idade não estão alfabetizados como determina a legislação. Na outra ponta, pesquisa do Instituto Paulo Montenegro mostra que 38% dos alunos do ensino superior não sabem ler e escrever plenamente.

“Isso é fruto de como a grade curricular é estabelecida na formação dos nossos alfabetizadores. Eles vão à universidade e aprendem quem é Marx, Lênin, Paulo Freire, e que o capitalismo faz mal. Mas não aprendem metodologia, não sabem exercitar em sala de aula. Essa engenharia social que é defendida com unhas e dentes como se fosse liberdade de expressão, democracia, na verdade não é. Basta ver como é cerceado aqueles que pensam diferente”, aponta.  

Ao defender o Projeto de Lei, Marinho afirma que se trata da defesa pela pluralidade de uma escola que não tem viés ideológico. “Queremos que os nossos estudantes sejam adequadamente formados. O pensamento crítico é para quem é plenamente alfabetizado. Se ele sabe ler e escrever, ele saberá escolher seu lado, fazer seu juízo de valor. É muito importante que haja a disponibilidade para a discussão que deve ser sem o viés ideológico que tanto tem prejudicado a educação”, finalizou.

Confira trecho do pronunciamento:

(Reportagem: Djan Moreno/foto: Cleia Viana/Câmara dos Deputados/ Áudio: Hélio Ricardo)

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13 novembro, 2018 Banner, Últimas notícias Sem commentários »

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