Escola sem Partido pode tolher debate nas escolas, avalia Pesaro
O deputado Floriano Pesaro (SP) fez um alerta sobre o perigo de se restringir o debate dentro das salas de aula com o projeto conhecido como “Escola sem Partido”. Segundo o tucano, a proposta pode tolher a discussão de importantes questões da convivência democrática e cidadã.
O projeto visa combater possível doutrinação ideológica durante as aulas, possibilitando canais de denúncia a alunos que se sentirem constrangidos. “A medida, com um objetivo aparentemente nobre, traz consigo um perigoso componente de tolher, ou pelo menos restringir, a discussão nas escolas”, afirmou Pesaro da tribuna nesta segunda-feira (12).
O tucano demonstrou preocupação com o aumento de uma lacuna já problemática no currículo escolar: a compreensão das regras e da estrutura do regime democrático do Brasil. Ele lembra que o regime militar impôs disciplinas como Educação Moral e Cívica e Organização Social e Política do Brasil, que nunca foram substituídas pelo estudo da política e da cidadania.
A questão central, na opinião de Pesaro, é vencer os desafios mais básicos da educação. No governo Fernando Henrique Cardoso, o país venceu o problema do acesso ao ensino. O parlamentar participou da equipe que inovou com o Funfef, o Bolsa Escola e o Fies, entre outros avanços.
Os últimos dados do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA), relativos a 2015, mostram que o Brasil alcançou a 59ª posição em leitura, a 63ª colocação em ciências e o 66º lugar em matemática, de um total de 70 países.
Muitos esforços precisam ser adotados para reverter esse quadro, como a valorização dos professores, a adoção de métricas de avaliação de desempenho, melhoria na infraestrutura das escolas e ampliação do ensino integral. “A sociedade precisa estar consciente de seu papel na pressão por um elevado padrão de educação, sem o qual não lograremos nenhum sucesso para conduzir o Brasil ao rol de nações verdadeiramente desenvolvidas, tanto no aspecto econômico quanto nos indicadores sociais”, completou.
(Da redação/ Foto: Alexssandro Loyola)
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