Deputado alerta para risco de conceder mandato a presidente do Banco Central
O deputado Jutahy Junior (BA) contestou qualquer iniciativa de conceder mandato ao presidente e diretores do Banco Central. Ele reiterou já ter feito inúmeros discursos, mostrando ser um erro e um risco desnecessário para o Brasil. “É uma irresponsabilidade”, afirmou.
O deputado baiano se refere a notícias de que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, se reuniram na quinta-feira (7) com líderes partidários para debater a possibilidade de votação, ainda em 2018, do projeto de independência do banco. Segundo o texto, presidentes e diretores do BC teriam mandato de quatro anos, não coincidentes com o do presidente da República.
Ele alerta que a discussão está presente e o texto poderá ser votado ainda nesta legislatura. “Faço um alerta de que conceder mandato a diretores e presidente do Banco Central é algo que não interessa ao Brasil, mas a setores do mercado”, reiterou.
Encerrando a oitava legislatura, o tucano relata ter presenciado a crise cambial de 1999, no governo de Fernando Henrique Cardoso (FHC). Em plena crise, o então presidente do BC, Gustavo Franco, defendia o câmbio fixo e, no esforço de mantê-lo, a situação ficava insustentável. Ele foi substituído pelo economista Francisco Lopes, que não resistiu nem vinte dias. “A crise cambial era tão profunda que o preço do dólar cresceu dobrando o valor em menos de 30 dias”, disse.
Em meio à crise e conflitos, Fernando Henrique apoiou a decisão do ministro Pedro Malan na decisão de substituir Francisco Lopes. “Imaginem se o Brasil tivesse que esperar uma discussão se a diretoria deveria ou não pedir demissão por causa do prazo fixo, aí sim as consequências seriam irreversíveis”.
Na época, foi nomeado o economista Armínio Fraga, que criou o tripé: responsabilidade fiscal, câmbio flutuante e metas de inflação que perduram até hoje. “E isso é o ideal”, afirmou.
(Ana Maria Mejia/ Foto: Alexssandro Loyola)
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