Em discurso de despedida, Yeda faz balanço de 30 anos de vida pública
A presidente do PSDB-Mulher, deputada federal Yeda Crusius (RS), ocupou a tribuna na Câmara nesta terça-feira (30) para fazer um balanço de seus 30 anos de vida pública. No pronunciamento, a tucana defendeu a reestruturação do PSDB.
Emocionada, a parlamentar iniciou seu discurso ressaltando a alegria de ter representado mais uma vez o Rio Grande do Sul. “Considero esta etapa como deputada federal, no meu quarto mandato, completada. E por isso a minha felicidade, porque eu tive a oportunidade, pelo voto popular, sequencialmente desse 1994, de exercer funções no Legislativo Federal e também como governadora, enfrentando diversas eleições como estas do último domingo”, disse.
Yeda lembrou que o início de sua trajetória na política coincidiu com a criação do PSDB, destacando que seu trabalho sempre foi pautado pelos valores definidos naquela época. “No dia 25 de junho deste ano o PSDB completou 30 anos e o PSDB-mulher, que eu ajudei a formar e a fundar, completou 20. O PSDB foi feito pelo ideário de muitos líderes e eu vou citar somente dois que já nos deixaram: Mário Covas e André Franco Montoro. Aqui nessa Casa nasceu o partido por força de uma decisão de uma Constituinte”, recordou.
Eleições 2018
A deputada fez uma retrospectiva dos últimos acontecimentos do cenário político brasileiro e relacionou a recente vitória do deputado federal Jair Bolsonaro à presidência da República como consequência dos 13 anos de governo petista, que colocaram o país na maior recessão econômica da história.
“A presidente eleita em 2014 [Dilma Rousseff] foi tirada do poder pelo povo. Quem coloca e tira políticos dos cargos é o povo. Essa recessão do tempo de Dilma e o ciclo econômico da criação destrutiva tem relação direta com o que estamos votando agora”, observou.
Para Yeda, agora é preciso “enxergar através da eleição” e ouvir o que o povo quer dizer com a escolha democrática de um presidente. “Foi eleito um militar pelo voto direto. Antes, eram eleitos pelo voto indireto militares do regime. Estamos voltando às origens. Estamos vivendo agora o que se viveu nos anos 60. O povo pedia ordem e o povo pediu hoje no país a mesma ordem. Os brasileiros disseram não à volta do PT”, acrescentou.
PSDB
Durante seu pronunciamento, Yeda Crusius lamentou a crise interna enfrentada pelo PSDB e reiterou a necessidade de uma reformulação da sigla. “Venho afirmar aqui, na minha despedida, que o PSDB é hoje como instituição fraturada, sem acordo internos, sem discussão democrática, não ouviu as vozes das ruas. E ao não ouvir, decretou a sua derrota para 2018”, afirmou.
Para a deputada gaúcha, o momento deve ser de reflexão e planejamento para o futuro. “Está na hora de reconhecemos com humildade a nossa derrota. Fazer o diagnóstico e nos propormos, como partido do centro democrático, a seguir no mesmo rumo do desenvolvimento sustentável, no respeito as liberdades, reformatarmos a legenda. A hora não é fácil”, concluiu.
Protagonismo feminino
A despeito da redução da bancada tucana na Câmara, Yeda Crusius fez questão de ressaltar o aumento da representatividade feminina no partido, que registrou um crescimento de 60% de deputadas federais em relação à eleição de 2014 e de 33% de deputadas estaduais em todo o país. O trabalho do secretariado foi classificado como “fundamental” para as atuais conquistas.
“O PSDB-Mulher organizou as eleições das tucanas junto com os diretórios estaduais. E com o financiamento do Fundo Eleitoral, nós aumentamos a nossa bancada. É um feito. Elegemos também a nossa colega Mara Gabrilli senadora, a primeira e única pelo PSDB de São Paulo”, destacou.
A tucana terminou seu discurso agradecendo aos familiares, deputados, senadores, servidores e todos os colaboradores que contribuíram para que o trabalho fosse realizado da melhor maneira possível.
(Do PSDB/ Foto: Alexssandro Loyola)
Deixe uma resposta