Floriano Pesaro defende ações articuladas e preventivas para reduzir acidentes de trânsito
Nesta Semana Nacional do Trânsito, que vai até a próxima terça-feira (25), o Brasil enfrenta os números trágicos da violência nas ruas e rodovias do país e suas consequências na economia. Somente no primeiro semestre deste ano, os acidentes graves causaram um impacto econômico de cerca de R$ 96,5 bilhões, segundo estudo baseado em indicadores do DPVAT, o seguro obrigatório.
Nesta quinta-feira (20), o deputado Floriano Pesaro (SP) afirmou que a mudança de cultura de trânsito no país ainda é um grande desafio. Pelos cálculos do Centro de Pesquisa e Economia do Seguro, da Escola Nacional de Seguros, os acidentes graves de trânsito retiraram quase 40 mil pessoas do mercado de trabalho e reduziram a capacidade produtiva do país. E isso apenas de janeiro a junho deste ano. Foram 19.300 mortes no período e 20 mil casos de invalidez permanente. O trabalho gerado por essas vítimas, caso não tivessem se acidentado, renderia mais de R$ 96 bilhões para a economia.
Para o deputado do PSDB, o Brasil carece de políticas públicas sérias na área. “O que falta é um planejamento mais articulado entre os diversos órgãos públicos e educação para o trânsito, que de fato possa dar mais segurança a todos. É um grande desafio que temos hoje”, aponta.
TRABALHO ARTICULADO
O parlamentar afirma que São Paulo tem dado o exemplo com programas de segurança no trânsito e redução no número de vítimas do trânsito. Entre janeiro e agosto de 2015, foram 4.093 óbitos em decorrência de acidentes de trânsito. No mesmo período de 2018, foram 3.547. A queda dos números é resultado do trabalho realizado pelo governo paulista. Sob o comando do ex-governador Geraldo Alckmin e inspirado na “Década de Ação pela Segurança no Trânsito (2011-2020)”, da Organização das Nações Unidas (ONU), o estado criou o Movimento Paulista de Segurança no Trânsito com objetivo de reduzir pela metade o número de vítimas fatais no trânsito até 2020.
O programa é totalmente articulado entre nove secretarias de Estado e órgãos como polícias, Corpo de Bombeiros, Detran e DER. Os esforços para salvar vidas incluem investimentos em gestão da segurança viária, com ampliação da sinalização e iluminação; campanhas por veículos mais seguros e usuários mais conscientes sobre questões como uso de cinto de segurança e combinação álcool-direção; e resposta pós acidente.
Nesse sentido, para auxiliar na elaboração de políticas públicas relacionadas à segurança no trânsito, foi criada uma ferramenta inédita no país: o Infosiga SP, um banco de dados que reúne informações de acidentes, fornece dados de faixa etária e gênero da vítima, tipo do veículo envolvido e perfil do acidente. Com ele, é possível traçar um diagnóstico mais preciso das características dos acidentes e, assim, planejar e estabelecer políticas públicas mais eficazes de prevenção em benefício de toda a sociedade. Outra solução inovadora é o Infomapa SP, que traz a posição geográfica das ocorrências com vítimas fatais no estado. Nele é possível ver a localização dos acidentes, o período em que aconteceu o acidente (manhã, tarde, noite e madrugada) e o tipo de ocorrência.
Segundo Pesaro, iniciativas como essa são fundamentais para que haja planejamento e prevenção e assim novos acidentes sejam evitados. Além do mais importante, que é salvar vidas, o tucano lembra que essa prevenção gera economia aos cofres públicos. “Conseguimos diminuir o gasto público quando prevenimos os acidentes. O PSDB mostrou como se faz isso em São Paulo e hoje o estado é um dos grandes exemplos”, afirma.
LONGE DA META
De acordo com o estudo da Escola Nacional de Segurança, 92% dos acidentados no país estão na fase economicamente ativa, de 18 a 65 anos, e 75% são homens. O Infosiga reforça a estatística. O levantamento feito pelo Movimento de Segurança no Trânsito de São Paulo mostra que a faixa etária com mais vítimas fatais é dos 18 aos 24 anos. Foram 3.349 mortes de janeiro de 2015 a agosto de 2018 nessa faixa etária.
Até o Dia Nacional do Trânsito, 25 de setembro, uma série de campanhas preventivas e de conscientização ocorre em todo país. O principal objetivo da data é o desenvolvimento da consciência social sobre os cuidados básicos que motoristas e pedestres devem ter no trânsito. Levantamento do Ministério da Saúde divulgado aponta que, em seis anos, houve uma redução de 27,4% dos óbitos nas capitais do país. Em 2010, foram registrados 7.952 óbitos, contra 5.773 em 2016, o que representa uma diminuição de 2,1 mil mortes no período. Apesar da redução, o país segue longe da meta estabelecida pela ONU, que prevê redução de 50% no número de vítimas em 10 anos, contados a partir de 2011.
(Reportagem: Djan Moreno/ Foto: Alexssandro Loyola/ Áudio: Hélio Ricardo)
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