Deputados apontam medidas para país avançar nos indicadores da educação
Os mais recentes dados da educação no Brasil mostram que o país precisa de avanços urgentes, sobretudo na qualidade do ensino. Diante dos indicadores preocupantes, deputados do PSDB que integram a Comissão de Educação da Câmara chamam a atenção para a responsabilidade de cada segmento da sociedade e defendem medidas como tornar a escola mais atraente para os alunos, por meio da tecnologia, uso eficiente dos recursos públicos e respeito à legislação.
Os números do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) 2017, por exemplo, mostram que 70% dos alunos do 3º ano do ensino médio têm nível insuficiente em português e matemática. Desses, 23% estão no nível 0, o mais baixo da escala de proficiência. A estagnação nos índices dessa fase perdura há cerca de uma década. No ensino fundamental houve um tímido avanço.
Isso significa que a maioria dos estudantes brasileiros não consegue localizar informações explícitas em artigos de opinião ou em resumos, por exemplo. Além disso, os alunos não são capazes de resolver problemas com operações fundamentais com números naturais ou reconhecer o gráfico de função a partir de valores fornecidos em um texto.
DEFASAGEM DE SÉRIE
Outro dado que reflete os problemas educacionais do Brasil é o que trata da defasagem dos alunos. Estudo do Unicef mostra que 20% dos estudantes do ensino básico estão atrasados pelo menos dois anos na escola. Somente no ensino médio são cerca de 2,2 milhões de atrasados, que correspondem a 28% dos alunos dessa modalidade.
O deputado Eduardo Barbosa (MG) alerta para a não a observância das leis educacionais. Para ele, o país conta com um importante arcabouço legislativo na área da educação, mas as leis não são cumpridas. Um exemplo é o plano que estabelece metas para o setor para uma década. No Brasil, está em andamento o Plano Nacional de Educação (PNE), válido para o período 2014-2024. “São leis muito propícias, que ouvem todo mundo quando são estabelecidas, mas depois não são valorizadas”, observa.
Na avaliação do tucano, cabe a todos – governo, profissionais da educação e às famílias – a responsabilidade pela educação do país. “Precisamos criar uma corresponsabilidade entre todos os setores para podermos transpor os indicadores. A palavra certa é corresponsabilidade. Menos ideologia, menos corporativismo e menos omissão. É dessa forma que venceremos”, ressalta Barbosa.
Para o deputado Lobbe Neto (SP), há muito discurso e pouca ação, especialmente por parte dos governos. Ele destaca que nos últimos anos, principalmente durante as gestões do PT, a educação infantil e o ensino fundamental não tiveram os investimentos necessários. Segundo ele, os professores precisam ser constantemente capacitados e os currículos escolares necessitam se tornar atraentes e conectados com a realidade.
“Temos que trabalhar a educação em todos os ambientes: na escola, em casa, nas empresas. Para isso, tem que ter investimento para a educação, para a capacitação dos professores, e um currículo que incentive o aluno a querer estar na escola e participar ativamente do processo educativo”, defende.
Na avaliação de Izalci Lucas (DF), os dados mostram que o país ainda não está no caminho adequado. “Temos que reverter isso por meio de investimentos”, alerta. Para o tucano, a defasagem e o abandono escolar acontecem, entre outros fatores, pela falta de estrutura e de atrativos nas escolas. “Estamos no século XXI, na era da tecnologia, mas os alunos ainda vão para a escola no modelo ‘cuspe e giz’. Não usam as ferramentas de tecnologia que são fundamentais hoje”, aponta.
O parlamentar acredita que muitos alunos têm dificuldade na aprendizagem por causa da falta de recursos digitais. Ele destaca que, além disso, ainda há no país muitas unidades escolares sem nenhuma estrutura básica. “Temos que investir em educação de qualidade. Há escolas que não têm estrutura alguma, nem banheiro. Temos que rever isso, assim como a valorização e qualificação dos professores, incluí-los na era digital para que os alunos sintam prazer em estudar. Não se faz educação com discurso. Tem que ter recurso”, finaliza
(Reportagem: Djan Moreno/ Foto: Sumaia Villela / Agência Brasil/ Áudio e vídeo: Hélio Ricardo)
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