Carlos Sampaio defende combate permanente e inflexível à corrupção
O combate à corrupção deve ser permanente e inflexível. A defesa é feita pelo deputado Carlos Sampaio (SP), um dos deputados que subscreveram a Lei da Ficha Limpa na Câmara. O tucano defende que o Congresso dê respostas à sociedade com a aprovação de medidas que tornem ainda mais rígidas as leis contra atos ilícitos cometidos por agentes públicos. O tucano alerta para tentativas de afrouxar o combate à corrupção.
“A lei está em pleno vigor. Não adianta as pessoas tentarem revertê-la, modificá-la, como eu vi, por exemplo, o ex-presidente do PT José Dirceu, condenado por corrupção, dizendo em uma entrevista que é preciso reavaliar a lei do Ficha Limpa. O que tem que ser reavaliada é a soltura dele, afinal ele é um criminoso e deveria estar preso”, aponta Sampaio.
Ministro do governo Lula, Dirceu foi condenado a 30 anos de prisão pelo TRF-4 e cumpria pena no presídio da Papuda, em Brasília. Em junho, o STF permitiu que ele aguardasse em liberdade o julgamento de recurso no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Em entrevista no final de agosto, o petista disse que a Lei da Ficha Limpa precisa ser revista e defendeu a candidatura do ex-presidente Lula, barrado pela mesma lei depois de ser condenado em segunda instância por corrupção e lavagem de dinheiro.
Para Sampaio, a luta contra as irregularidades e a impunidade não pode parar. Ele lamenta que o Congresso tenha perdido oportunidades de tornar a legislação mais rígida, como no caso da tramitação das 10 medidas contra a corrupção. A exemplo do Ficha Limpa, o projeto nasceu de iniciativa popular e chegou à Câmara para apreciação, encontrando respaldo em alguns parlamentares. Deputados do PSDB defenderam veementemente a matéria.
Como lembra Sampaio, infelizmente, a proposta acabou sendo modificada e perdendo seu teor inicial. “Eu defendi as dez medidas e continuo defendendo. Trata-se de uma das mais importantes legislações para combater a corrupção e, simplesmente, na calada da noite, às 3h da madrugada, durante sua votação, desfiguraram a proposta”, criticou.
Para o tucano, aqueles que almejam representar o povo no Congresso precisam assumir responsabilidade com a aprovação de leis nesse sentido. “Essa luta é permanente. É inacreditável o que vemos de parlamentares envolvidos em condutas ilícitas. Na hora em que podemos dar um bom exemplo à nação, como ia ser com a aprovação das dez medidas, o plenário da Câmara se curvou a interesses escusos e acabou deixando de lado essa lei”, reforça.
O parlamentar afirma que seu mandato é baseado em aprovar e acompanhar boas propostas para a sociedade e promover um trabalho que deve ser ininterrupto contra a corrupção. “Meu propósito é usar minha formação, como promotor de Justiça que sou há 31 anos, para não só aprovar bons projetos de lei, acompanhar boas propostas, mas também para continuar esse trabalho que tem que ser ininterrupto contra a corrupção”.
(Reportagem: Djan Moreno/ Foto: Alexssandro Loyola/ Áudio e vídeo: Hélio Ricardo)
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