Brasília tem sido muito injusta com SP, diz Tripoli ao avaliar partilha da arrecadação
O deputado Ricardo Tripoli (SP) propôs maior transparência no uso de recursos públicos e a revisão do pacto federativo para que São Paulo possa receber “o que lhe é de direito”. Da tribuna, o tucano relatou números de uma pesquisa que ele fez nos últimos meses: em 2017, São Paulo arrecadou R$ 550 bilhões em impostos federais, mas retornaram para o estado somente R$ 37 bilhões, menos de 7%.
Tripoli afirmou ainda que o território paulista não é só dos que ali nasceram, mas sim uma verdadeira terra de brasileiros. Dos 43 milhões de pessoas que ali vivem, muitas são provenientes de Estados. “E São Paulo sempre as recebe de braços abertos”, afirmou.
De acordo com Ricardo Tripoli, não é possível imaginar que se possa atender com qualidade setores como Saúde, Educação, Segurança e geração de emprego sem ter recursos para cobrir tantas despesas.
“Brasília tem sido injusta com São Paulo – muito injusta”, criticou, lembrando que esse modelo de partilha é feito desde 1988, quando da aprovação da Constituição. Ele comparou a arrecadação e distribuição de verbas em São Paulo com os estados da Paraíba e Piauí.
Em 2017, a Paraíba arrecadou R$ 1,3 bilhão e recebeu de volta R$ 5,9 bilhões. O Piauí pagou R$ 843 milhões e recebeu de bônus R$ 5,3 bilhões. “Para onde está indo esse dinheiro? O que estão fazendo com esses recursos, que não chegam?”, questionou. Para ele, é inadmissível que Estados brasileiros estejam à míngua se esse volume de recursos foi efetivamente repassado.
Tripoli chamou a atenção para a falta de uma prestação de contas criteriosas. “Nós temos que acabar com essa caixa-preta e saber para onde foram esses investimentos”, afirmou.
Para o deputado, esses dois estados do Nordeste não poderiam estar com um Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) baixo, registrando índice de pobreza. Tripoli questiona se o dinheiro foi efetivamente aplicado em benefício das populações locais. “Quem são os responsáveis pela aplicação desses recursos?, questionou.
(Reportagem: Ana Maria Mejia/foto: Alexssandro Loyola)
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