Tabelamento do frete impacta de forma negativa a economia, avalia Vecci


Imposição feita pelo governo é ruim para a economia, avalia o parlamentar.

Criado pelo governo federal para acabar com a greve dos caminhoneiros em maio, o tabelamento dos fretes já começou a impactar negativamente na economia. A medida vem enfrentando forte resistência do setor produtivo, que alega estar sendo penalizado com um aumento de custos. Em alguns setores, o preço tabelado representa aumento de até 100% nos custos com transporte.

De acordo com o jornal “Correio Braziliense”, para fugir da alta de custos gerada pelo tabelamento, empresas buscam alternativas. Empresários planejam criar frotas própria de caminhões ou alugar veículos para reassumir o controle da logística.

Dependendo do setor e da região, o tabelamento provocou alta nos custos entre 30% e 100%. Produtores de soja e milho estimam um custo extra de US$ 2,4 bilhões (cerca de R$ 9,3 bilhões) sobre os 118 milhões de toneladas que devem ser exportados este ano.

Na avaliação do economista e deputado Giuseppe Vecci (GO), a medida implantada pelo governo como forma de conter a greve não funciona e, cada vez mais, tende a impactar de forma negativa na economia.

“Essa medida está ensejando um conjunto de alternativas de desvios do tabelamento que vai cada dia mais atrapalhar quem deveria ser ajudado. A gente não pode deixar só o mercado regular, mas com certeza ele ainda é o melhor caminho, com as partes definidas. Qualquer outra coisa imposta pelo governo [tabelamento de juros, do frete, de comida] não vai a lugar nenhum”, analisou.

Segundo a reportagem, as operações de “barter” – nas quais o fazendeiro troca insumos como pesticidas e adubo por sacas de grãos – também estão complicadas. Antes, o insumo vinha no frete de retorno, que é 40% mais barato que o frete de ida.

Agora, ninguém sabe o custo e a corda está arrebentando do lado do agricultor. Em vez de apostar na concorrência para que o mercado encontre o preço justo, o governo cedeu à pressão e acabou privilegiando o caminhoneiro em detrimento do dono da carga.

Para o tucano, a alternativa está penalizando e deixando os pequenos caminhoneiros em situação de penúria.

“São medidas que a economia viu ao longo da história que não eram frutíferas. Infelizmente, o governo cedeu e isso tem ocorrido. Não está encontrando respaldo na prática. Isso vai amanhã ou depois ocasionar uma revisão desse tabelamento. O que interessa é poder ter emprego, oferta de caminhões e fretes”, completou.

O Supremo Tribunal Federal (STF) tem julgamento sobre a constitucionalidade do tabelamento marcado para o próximo dia 27.

(Da Agência PSDB/foto: Alexssandro Loyola)

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24 agosto, 2018 Últimas notícias Sem commentários »

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