Caos na Venezuela é alerta para consequências desastrosas do populismo, diz tucano


Presidente da Comissão de Relações Exteriores defendeu acolhimento humanitário aos venezuelanos que buscam refúgio no Brasil. Desde o início da crise, já são mais de 50 mil.

O presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, deputado Nilson Pinto (PA), afirmou nesta sexta-feira (24) que a crítica situação da Venezuela serve de alerta para as consequências desastrosas que um regime populista pode provocar. Nesta semana, o governo de Nicolás Maduro anunciou um novo plano econômico, enquanto 2,3 milhões de venezuelanos já deixaram sua nação, fugindo da crise. Mais de 50 mil pediram refúgio no Brasil, segundo as Nações Unidas.

Na avaliação do parlamentar paraense, foi a política econômica equivocada, baseada na linha ideológica do bolivarianismo, que levou a Venezuela ao caos. Reportagem exibida pelo “Jornal Nacional”, da TV Globo, mostrou moradores de Maracaibo, a segunda maior cidade do país, comprando carne estragada para se alimentar após os sucessivos apagões de energia enfrentados na região. Essa é uma das consequências da crise, que tem obrigado os venezuelanos a saírem do país. Faltam itens básicos como alimentos, remédios e produtos de higiene.  

“É algo que impressiona, pois a Venezuela é um país rico, membro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo, com muitos recursos. Mas chegou a essa situação por causa de um governo que se diz socialista e tenta realizar uma política econômica que não deu certo em lugar nenhum do mundo. O que vemos são seres humanos sofrendo com essa irresponsabilidade política dos dirigentes do país”, apontou Nilson Pinto.

“Esse modelo bolivariano que levou a Venezuela à falência é o mesmo que o PT defende para o Brasil”, completou. Como lembrou o tucano, o governo Dilma adotava uma política econômica com pontos em comum com a praticada no país vizinho. Além do apoio velado à ditadura de Maduro, o governo petista exercia o controle de preço dos combustíveis, que na Venezuela minou o setor petrolífero, e no Brasil, junto com a corrupção, quase levou a Petrobras à falência.

“Não podemos retomar esse caminho, mas buscar ter uma economia saudável, criar empregos, distribuir renda e melhorar as condições de vida dos brasileiros. A situação da Venezuela hoje é triste, mas representa um alerta para os brasileiros”, reforça.

RESPONSABILIDADE

Diante da situação, Nilson Pinto ressalta que o Brasil não pode se ausentar de sua responsabilidade com uma questão que, sobretudo, se tornou humanitária. “Essas pessoas precisam ser abrigadas no Brasil, assim como estão sendo na Colômbia e outros países vizinhos. Apesar da crítica política necessária ao governo da Venezuela, não dá para a gente desconhecer que esses seres humanos precisam de ajuda e não só em Roraima, mas em várias partes do país, pois há espaço para isso”, ressaltou, ao defender a interiorização dos venezuelanos que tem se refugiado no estado do extremo norte do país.

No último final de semana, após assalto a um roraimense em Pacaraima, na fronteira, moradores da pequena cidade atearam fogo a um acampamento de venezuelanos, em protesto à presença deles. Na cidade, assim como na capital, Boa Vista, a presença dos estrangeiros sobrecarregou os serviços públicos. O governo federal enviou homens da Força Nacional para região na tentativa de conter conflitos. Os migrantes começaram a ser enviados a outros estados. No último mês, cerca de 800 pessoas, por dia, tem entrado no país por Pacaraima.

(Reportagem: Djan Moreno/foto: Alexssandro Loyola)

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