Otavio Frias Filho deixou grande contribuição para o jornalismo, lembram tucanos


Otavio comandou a Folha por 34 anos; nesta madrugada morreu vítima de um câncer.

O jornalismo brasileiro vive uma terça-feira (21) de luto diante do falecimento, nesta madrugada, do diretor de redação da “Folha de S. Paulo”, Otavio Farias Filho, aos 61 anos. O jornalista comandou o jornal por 34 anos e fez parte de mudanças expressivas no jornalismo brasileiro. A participação da “Folha” na redemocratização brasileira, nas Diretas Já e a grande defesa pela liberdade de expressão foram exemplos de legados ressaltados por integrantes do PSDB, que lamentaram a perda do comunicador.

O deputado Floriano Pesaro (SP) lembrou de Otavio como um defensor do jornalismo livre, plural e fiscalizador.  “Em tempos em que alguns voltam a falar em ‘regulação da mídia’ e outras formas disfarçadas de censura, seu exemplo é ainda mais importante. Fará falta. Meus sentimentos aos amigos e família”, apontou. 

O deputado Silvio Torres (SP) também manifestou solidariedade aos familiares e ao jornal. “Lamento profundamente a morte tão prematura de Otavio Frias Filho. Ele deixa uma grande contribuição para o jornalismo e para a democracia brasileira”, disse.

Por sua vez, o deputado Ricardo Tripoli (SP) escreveu sua mensagem ressaltando o legado do jornalista. “Frias Filho comandou o jornal durante 34 anos sempre em defesa da democracia e seu legado modernizou a imprensa brasileira”, afirmou.

A deputada Yeda Crusius (RS) também demonstrou suas condolências. “Triste dia para o jornalismo e a liberdade de expressão. Perdemos todos com a partida de Otavio Frias Filho. Nosso sentimento e pesar à família e aos profissionais da Folha”, disse a tucana.

O presidente nacional do partido, Geraldo Alckmin, citou a busca incessante do jornalista em fazer um trabalho “crítico, preciso, plural e perseguindo cotidianamente a excelência”. Ele lamentou a perda: “cala fundo a morte prematura de um homem com tanto talento e tantos serviços prestados ao Brasil. Neste momento de dor, há uma certeza: o legado de Otavio para a moderna imprensa brasileira será, à medida que passe o tempo, cada vez maior”, escreveu.

O ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira, também se manifestou: “Otavio Frias Filho era uma referência na imprensa brasileira e mundial. Ainda muito jovem, assumiu o desafio de dirigir a Folha e empreendeu um processo de modernização que levou ao surgimento de um jornal mais ágil, objetivo e afinado com os interesses do leitor. Frias Filho teve também um papel central no apoio do jornal à campanha pelas ‘Diretas Já’ e ao processo de transição democrática. Defensor de uma imprensa crítica, apartidária e pluralista, entendia a importância do debate de ideias para o fortalecimento da democracia e para o progresso do país”, ressaltou. 

Otavio foi vítima de um câncer no pâncreas. Desde os 17 anos já trilhava os caminhos do jornalismo. Segundo a “Folha de S. Paulo”, em 1974, ainda sob o comando de seu pai, Octavio Frias de Oliveira, participou da primeira decisão em abrir o jornal para diversas correntes de expressão. Posteriormente, o jornalista foi mentor do Projeto Folha, que modernizou o jornalismo brasileiro na década 1980. A partir de então, o veículo se mantém com notória influência.

Sob o comando de Otavio, o veículo foi o primeiro na América Latina a ter a função de ombudsman, que é o “porta voz” dos leitores do jornal, no qual mantinha uma coluna semanal. Além de jornalista, ela era dramaturgo e ensaísta. “De Ponta Cabeça” e “Queda Livre” são algumas de suas publicações. Como dramaturgo, teve peças de teatro encenadas em São Paulo. Ele deixou duas filhas, esposa e três irmãos.

(Reportagem: Cristiane Noberto/foto: José Antônio Teixeira/Assembleia Legislativa de SP)

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21 agosto, 2018 Últimas notícias Sem commentários »

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