Eduardo Barbosa destaca passagem da Semana Nacional da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla


Eduardo Barbosa é o autor da lei que criou essa mobilização. Objetivo é conscientizar a sociedade sobre as necessidades específicas de organização social e de políticas públicas para promover a inclusão social desse segmento populacional, além de combater o preconceito e a discriminação.

A Federação Nacional das Apaes (Fenapaes) elegeu o tema “Família e pessoa com deficiência, protagonistas na implementação das políticas públicas” para a edição deste ano da Semana Nacional da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla. Criada a partir de lei (nº 13.585, de 26 de dezembro de 2017) de autoria do deputado Eduardo Barbosa (MG), a mobilização começou nesta terça-feira (21) e vai até o dia 28 de agosto. 

Segundo o tucano, a lei deu maior representatividade e reconhecimento para a causa da pessoa com deficiência. Este ano, a semana leva o debate para a sociedade civil e todos aqueles que desenvolvem políticas públicas. “A intenção é dar a eles reconhecimento para que a própria família e a pessoa com deficiência tenham contato com autoridades e com pessoas que formulam políticas públicas”, explica Barbosa. “Só eles podem ter total clareza sobre quais são as dificuldades que enfrentam no dia-a-dia”, completou. 

O protagonismo pode ser exercido em todos os processos de sua vida, educacional, desenvolvimento, habilitação e reabilitação, além de participação na gestão das Apaes e entidades filiadas. A mobilização envolve 2.178 Apaes e entidades filiadas que trabalham pela melhoria de vida de mais das pessoas com deficiência intelectual e múltipla em todas regiões do país. São projetos sociais nas áreas de saúde, educação e assistência social. O parlamentar afirma que o tema adotado para esta Semana remete à fundação do Movimento Apaeano, há 64 anos – quando famílias se reuniram no Rio de Janeiro dando início ao trabalho, hoje reconhecido em âmbito nacional e internacional.

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Em entrevista ao programa “Palavra Aberta” da TV Câmara (assista a íntegra abaixo), o parlamentar tucano afirma que as pessoas com deficiência intelectual tem grande comprometimento cognitivo e, justamente por isso, maior dificuldade de se incluir no sistema educacional ou no mundo do trabalho. “Ele precisa de tempo para compreender, entender, elaborar, dar respostas”, ponderou.

Outdoor divulgado pela Federação Nacional das Apaes alusivo à campanha.

No contexto do trabalho ou da escola, o deficiente intelectual requer um facilitador de forma permanente para que ele entenda o ambiente em que está vivendo. “Como as pessoas não tem paciência e o tempo está cada vez mais escasso, é muito difícil encontrar pessoas habituadas a interagir com a tranquilidade e calma necessárias nesta interação”, alertou o deputado.

Segundo Eduardo Barbosa, este é um segmento muito discriminado.  Ele critica o comportamento de empresas que justificam a não contratação de pessoas com deficiência intelectual por falta de treinamento e capacitação. “Se quem tem diploma aprende no dia-a-dia, interagindo com colegas, por que exigir que a pessoa com deficiência chegue pronta para atuar no mercado de trabalho?”, questionou.

O parlamentar destaca, como exemplo, a criação de uma coordenação dentro da Câmara dos Deputados voltada para o processo de inclusão que estudou as particularidades e peculiaridades de cada uma das pessoas com deficiência intelectual a ser contratada e, desta forma, foi capacitando os trabalhadores para que eles sejam agentes de apoio permanente a eles. A pessoa com esta deficiência não buscará apoio. “É preciso antecipar o apoio e se colocar ao lado dela, pois sem o recurso do diálogo, a pessoa desiste e foge. Tem medo”, afirmou.

Eduardo Barbosa afirmou ainda que só quando se sente segura, ela relaxa e começa a perceber as próprias dificuldades para então pedir auxílio. “Por isso são pessoas que dependem muito do outro, depende até do bom ou mau humor do outro, pois isso é o que favorece o seu processo de participação efetiva”.

Para garantir o bom êxito da Semana Nacional, a Fenapaes coloca à disposição das Apaes materiais que trabalham estratégias nas áreas de Política, Saúde, Educação, Trabalho, Defesa de Direitos, Formação e Pesquisa, Assistência Social e Comunicação, ou seja, todos os setores que dizem respeito à vida da pessoa com deficiência intelectual e múltipla.

ASSISTA A ÍNTEGRA DA ENTREVISTA:

(reportagem: Ana Maria Mejia/foto: Alexssandro Loyola/vídeo: TV Câmara/ Áudio: Hélio Ricardo)

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21 agosto, 2018 Banner, Últimas notícias Sem commentários »

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