Shéridan volta a cobrar ações mais efetivas em relação à crise migratória em RR
A deputada Sheridan (RR) reiterou a cobrança por uma solução urgente para a situação de emergência em Roraima, causada pelo alto fluxo de imigrantes venezuelanos que chegam em grupos, fugindo da crise no país vizinho. No final de semana, um ataque a acampamentos de imigrantes próximo a fronteira causou tensão na região e levou cerca de 1,2 mil pessoas a voltarem para a Venezuela.
Na avaliação da deputada, a explosão de violência que ocorreu no sábado em Pacaraima, a 215 quilômetros de Boa Vista, estava prevista. “Já prevendo que chegaríamos ao caos de hoje, desde 2015, tenho cobrado do governo federal e dos órgãos competentes uma urgente solução”, destacou a tucana em postagem nas redes sociais.
No último mês , cerca de 800 pessoas, por dia, cruzaram a fronteira em busca de oportunidade no Brasil sobrecarregando os sistemas de saúde e segurança do estado. Milhares de venezuelanos moram em abrigos e acampamentos na capital Boa Vista e em Pacaraima, onde, no sábado, os nativos reagiram violentamente contra a presença dos imigrantes. Um grupo de pessoas colocou fogo nas barracas dos venezuelanos, expulsando famílias instaladas em acampamentos improvisados.
Após o incidente, o governo de Roraima pediu ao governo federal que feche a fronteira e distribua os imigrantes para outros estados. Para Shéridan, a grave situação do estado nunca foi tratada com a prioridade necessária pelas autoridades federais. “Não admito que tratem meu estado e minha gente sem a prioridade que necessitamos para o momento. Queremos solução urgente”, destacou.
A prefeitura de Pacaraima informa que em torno de 1,5 mil imigrantes – que representam 10% da população local – moravam nas ruas da cidade em barracas improvisadas e condições precárias.
Os moradores acusam os venezuelanos pela falta de segurança na cidade. O estopim para os ataques foi o assalto a um comerciante da cidade, que ficou ferido e teve que ser transportado para Boa Vista. “Não queremos discussão, queremos resultado”, afirmou Shéridan. Para ela, o desespero das pessoas se dá por não terem a quem recorrer. “Inclusive disse isso ao Presidente quando ele esteve em Roraima”, reiterou a deputada.
Desde 2015, quando a entrada de venezuelanos se intensificou pela fronteiriça Pacaraima, a deputada alerta para o risco da ausência de apoio do governo federal. Roraima tem uma economia frágil que não suporta um aumento neste nível de demanda.
Todos os serviços públicos ficaram sobrecarregados, principalmente o sistema de saúde e segurança. Há ocorrência de prostituição, trabalho escravo e exploração infantil. Mesmo depois do governo do estado ter decretado ‘situação de emergência’, em 2016, houve demora do governo federal em apresentar soluções. A deputada pediu proteção para a sociedade de Roraima e uma barreira sanitária para impedir a entrada de doenças já eliminadas no Brasil, a exemplo do sarampo. “O problema é sério e não será resolvido da noite para o dia”, alertou ela, em fevereiro deste ano.
(Reportagem: Ana Maria Mejia/foto: Alexssandro Loyola)
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