Governos do PT deixaram dívida social com crianças e adolescentes, diz Lippi
Estudo do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) revelou que seis em cada dez crianças e adolescentes brasileiros vivem na pobreza. Com base em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2015, o levantamento mostra o resultado insatisfatório das políticas de combate à pobreza implementada durante os governos petistas, que estiveram à frente do Palácio do Planalto por 13 anos. Na avaliação do deputado Vitor Lippi (SP), esses governantes optaram pelo mero assistencialismo, pela simples entrega de benefícios sociais.
“As políticas assistencialistas, por si só, não conseguem promover as pessoas, não conseguem criar autonomia, e o governo se limitou a isso”, disse o deputado. O resultado pode ser visto na situação precária que crianças e adolescentes ainda vivem. “Um governo populista, que tirou a oportunidade que as nossas crianças e os nossos jovens poderiam ter”, criticou, lembrando o discurso de Lula de que teria tirado da pobreza mais de 30 milhões de brasileiros.
O critério usado pelo Unicef para medir o alcance da pobreza entre crianças e adolescentes no Brasil, além da renda, leva em conta a qualidade do acesso dessas pessoas à infraestrutura e aos serviços públicos necessários para seu desenvolvimento, a exemplo de educação e saneamento básico, moradia decente, proteção contra o trabalho infantil e acesso à informação.
Segundo a pesquisa, são 18 milhões de crianças e adolescentes com renda insuficiente. Desses, 12 milhões também não têm acesso à infraestrutura e aos serviços sem os quais têm dificuldade para se desenvolver. Outros 14 milhões sofrem de múltiplas privações em aspectos essenciais: saneamento básico, educação, água tratada, acesso à informação, moradia adequada e proteção contra o trabalho infantil.
Vitor Lippi considera ter havido uma despreocupação do governo em estruturar o desenvolvimento das regiões e modernizar o sistema de produção do país, o que poderia garantir o desenvolvimento econômico social. “Isso seria mais adequado para o Brasil”, reiterou.
O resultado, conforme avalia o parlamentar, é a existência de grande parte de crianças e jovens ainda vivendo numa condição de pobreza, e com qualidade de educação muito ruim. “Há uma dívida social muito grande dos governos do PT com as nossas crianças e os nossos jovens”, criticou.
No quesito educação, o Unicef avalia como “sem privação” a criança em idade escolar que frequenta escola sem atraso e sabe ler e escrever. A “privação intermediária” é aquela em que a criança acima de 7 anos de idade frequenta a escola com atraso e é analfabeta. Na chamada “privação extrema”, a criança acima de 7 anos não vai à escola nem é alfabetizada.
Para Vitor Lippi, com os dados da pesquisa é possível avaliar a situação geral do país. Ele considera que promover a educação de qualidade é a melhor condição estrutural para dar oportunidade a todos.
No quesito saneamento básico, 21,9% das crianças e adolescentes moram em casas onde há apenas fossas rudimentares ou esgoto sem tratamento. São mais de 13 milhões de brasileiros jovens vivendo em condição insalubre, majoritariamente no Norte e no Nordeste.
Além de educação de qualidade, o novo governo deve buscar promover o desenvolvimento sustentável, avalia o tucano. “Criar condições de competitividade para as empresas voltarem a crescer, por meio da oferta de um bom ambiente de negócios”. Isso implica, por exemplo, em modernizar o sistema de produção, principalmente da agricultura familiar, dos micro e pequenos agricultores do Brasil, aponta o deputado.
(Reportagem: Ana Maria Mejia/ Foto: Alexssandro Loyola/ Áudio: Hélio Ricardo)
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