Brasil perde referência no combate à corrupção, lamentam deputados


O jornalista Cláudio Abramo morreu aos 72 anos em São Paulo.

Os deputados Ricardo Tripoli (SP) e Floriano Pesaro (SP) lamentaram a morte do jornalista Cláudio Weber Abramo, considerado uma das principais referências no jornalismo de dados, combate à corrupção e pela integridade das instituições públicas brasileiras. “Abramo teve um notável papel na luta contra a corrupção. Farão falta seus ideais e espírito combativo, principalmente num momento em que o País está sendo passado a limpo”, destacou Ricardo Tripoli.

O jornalista morreu aos 72 anos em São Paulo. Ele não resistiu a complicações do tratamento de um câncer no intestino. No ano 2000, Cláudio Abramo fundou a Transparência Brasil, principal ONG de combate à corrupção do país. Para o deputado Floriano Pesaro, ele era um amigo. “Lamento a perda de um amigo. Amigo que nos dava orgulho, uma referência no trabalho de combate à corrupção e defesa da ética na política”, destacou.

Ainda perseguindo a transparência pública, Abramo cofundou, em 2017, a Dados.Org, organização dedicada à coleta, organização e disseminação de informações provenientes do poder público. Ele é reconhecido como um dos mais importantes articuladores para a elaboração da Lei de Acesso à Informação, aprovada em 2011.

Claudio Weber Abramo também foi responsável pela criação de ferramentas online pioneiras que ajudaram jornalistas a trabalhar melhor com dados públicos. Entre elas estão o Às Claras, que reuniu dados sobre doações e gastos de campanhas de candidatos a cargos eletivos. Também criou o Excelências, ferramenta que reúne informações sobre a atuação dos congressistas, como votações, presença em sessões, bens declarados e processos na Justiça dos quais são alvo – que ganhou o Prêmio Esso de Jornalismo de 2006.

 Cláudio Weber Abramo é considerado por muitos uma inspiração para quem luta pela democracia, pela transparência e correta aplicação dos recursos públicos. “Perdemos um batalhador pelas melhores causas e um amigo do bom jornalismo”, disse o presidente da Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo), Daniel Bramatti, reiterando que na Abraji, as bandeiras que ele defendeu continuam erguidas.

Filho do jornalista Claudio Abramo, ex-diretor de redação dos jornais O Estado de S. Paulo e Folha de S. Paulo, e de Hilde Weber, primeira mulher a exercer a profissão de chargista no Brasil, Claudio Weber Abramo também colaborou para os principais veículos de comunicação do País. Foi editor de Economia da Folha de S. Paulo e editor-executivo da Gazeta Mercantil, entre outros.

Abramo deixa quatro filhos, seis netos, a mulher e uma enteada.

(Ana Maria Mejia/ Foto: Zeca Ribeiro / Câmara dos Deputados)

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13 agosto, 2018 Últimas notícias Sem commentários »

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