Regime venezuelano se esgotou e país precisa seguir novo rumo, avalia Rocha
O deputado Rocha (AC) defendeu nesta quinta-feira (2) que a Venezuela adote um novo rumo para a economia e faça um processo de transição sereno. A declaração do tucano foi feita após o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, admitir que tem responsabilidade no que considerou o fracasso no modelo econômico adotado por seu regime. O país enfrenta hiperinflação e quatro anos de recessão.
O governo socialista na Venezuela estatizou setores como o do cimento e do aço, expropriou centenas de empresas – entre elas, cadeias de supermercados –, e mais recentemente militarizou mercados municipais em uma cruzada contra a alta dos preços; além de fixar alguns preços e monopolizar as divisas por meio de um controle de câmbios. O resultado é a escassez de alimentos e medicamentos, que inclusive tem feito milhares de venezuelanos abandonarem o país em busca de refúgio e melhores condições em outras nações, como o Brasil.
Rocha destaca que a Venezuela tem a riqueza de uma das maiores reservas de petróleo do planeta, minérios e um potencial turístico gigantesco. “Mas hoje a população é miserável por causa desse desgoverno, de um modelo implantado desde o governo de Hugo Chávez, que quebrou o país. O pior é que o governo teve oportunidade de admitir isso há mais tempo e evitar a morte de tanta gente que não teve sequer acesso a medicamentos básicos para doenças como hipertensão, diabetes e aids”.
O parlamentar lamenta que só agora a ditadura socialista tenha admitido os erros cometidos. “É uma pena que tenha demorado tanto para reconhecer esse fracasso que custou a vida de muita gente. Agora, a mudança é inevitável, pois o país está fora de controle. Nenhum regime resiste à pressão de uma população que não tem o que comer”, avalia o tucano.
Os planos de Maduro para a recuperação econômica incluem “chegar a 6 milhões de barris diários em 2025 ou antes”, em meio a uma produção petroleira que despencou de 3,2 milhões de barris diários em 2008 para 1,5 milhão em 2018. A crise foi desencadeada com o controle de preços e do câmbio, que aliado às expropriações, diminuiu a produção industrial e agropecuária.
O governo usava as divisas do petróleo, que perfaz mais de 90% das exportações, para comprar produtos básicos. A situação, porém, começou a se tornar insustentável em 2015, dois anos após a posse de Maduro, quando os preços da commodity começaram a cair bruscamente. Na época, diante da escassez de alimentos e remédios, em vez de abrir a economia, o regime reforçou o controle estatal sobre os setores produtivos e de abastecimento, alguns deles geridos por militares.
“Lembro que no Parlasul os países se mobilizaram para oferecer uma ajuda humanitária, mas para não admitir o fracasso, nem isso o governo aceitou”, recorda Rocha, ao destacar que esse padrão de governo foi o mesmo que Lula e Dilma tentaram implementar no Brasil. “Só não fizeram porque houve resistência da população e do Congresso”, lembra.
Além da Venezuela, Rocha destaca que praticamente todas as nações que vivenciaram os regimes totalitários acabaram tendo suas economias devastadas – o que demonstra a necessidade inevitável de uma mudança de modelo no país vizinho.
O tucano ressalta que uma abertura comercial na Venezuela e adoção de medidas capazes de recuperar a nação econômica e socialmente é importante tanto para os venezuelanos quanto para toda a região. Como destaca, o Brasil também tem arcado com a crítica situação da Venezuela.
“O estado de Roraima está à beira do colapso por conta da migração de venezuelanos que fugiram dessa situação. Esperamos que haja uma transição para um novo modelo e que seja da forma mais serena possível”.
(Djan Moreno/ Foto: Alexssandro Loyola/ Áudio: Hélio Ricardo)
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