Parlamentares alertam para importância da vacinação para prevenir doenças
Parlamentares do PSDB alertam para a importância da vacinação a fim de prevenir e combater doenças. Eles se contrapõem a notícias falsas divulgadas pelas redes sociais informando que as vacinas fariam mal e poderiam levar à morte. A situação se agrava diante da proximidade da campanha nacional de vacinação programada para o período de 6 a 31 de agosto e pelo reaparecimento de doenças já eliminadas no país, a exemplo da poliomielite e sarampo.
“É uma irresponsabilidade”, diz a deputada Geovania de Sá (SC), se referindo àqueles que se utilizam de fake news para descontruir um sistema de prevenção de doenças considerado modelo para o mundo. Para ela, é “falta de comprometimento com a saúde das pessoas”.
Entidades da sociedade civil também ligaram o sinal de alerta. Segundo reportagem do jornal Correio Braziliense, as Sociedades Brasileiras de Pediatria (SBP), de Imunizações (SBIm) e Infectologia (SBI), em parceria com o Rotary Internacional sob o apoio do Programa Nacional de Imunizações (PNI), assinaram um manifesto alertando para o risco de reintrodução da poliomielite e do sarampo no Brasil.
A reportagem do Correio detectou nas redes sociais grupos que reúnem cerca de 15 mil pessoas disseminando boatos de que as vacinas fazem mal.
Geovania de Sá recomenda que, diante da boataria, a melhor alternativa é conferir a fonte das notícias e os sites oficiais, como o do Ministério da Saúde e das secretarias estaduais de Saúde. “Cada dia mais as fake news invadem as redes e as pessoas já não sabem mais o que é verdadeiro ou falso”, afirma. Para ela, é essencial que o cidadão busque, confira e tire dúvidas para garantir respaldo em suas decisões.
A campanha nacional de vacinação contra sarampo e pólio pretende vacinar 11 milhões de crianças de um ano de idade a menores de cinco anos.
A preocupação está nos números oficiais: de nove vacinas prioritárias do calendário infantil, nenhuma atingiu a meta de 95% de imunização no ano passado. A média alcançou 70%. As vacinas que protegem contra o sarampo tiveram queda. A tríplice viral passou de 96% de cobertura da população em 2015, para 83,87% no ano passado. A tetra viral saiu de 77,37% para 70,6% no mesmo período. O mesmo aconteceu com a tetra viral, poliomielite, BCG, Rotavírus humano, Meningocócica C, Pentavalente e Pneumocócica.
“É pesquisa, é ciência, é estudo”, afirma categórico o deputado Lobbe Neto (SP), reiterando que “a vacinação é a prevenção para ter maior qualidade de vida e mais saúde”. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a vacinação é a segunda maior conquista da saúde pública. Fica atrás somente do consumo de água potável.
A baixa vacinação põe em risco o sucesso das ações de imunização — que teve como resultado a eliminação no Brasil da poliomielite, do sarampo, da rubéola e da síndrome da rubéola congênita. A erradicação dessas doenças pode até causar a falsa sensação de que não há mais necessidade de se vacinar, o que é um erro gravíssimo.
“Se tem vacina e o governo se propõe a vacinar em massa, é justamente para fazer uma prevenção sobre algumas doenças”, afirma Lobbe Neto.
O último registro de ocorrência da poliomielite foi há quase 30 anos. Essa doença, a exemplo do sarampo, é transmitida pela secreção da tosse, espirro, fala e respiração de pessoas infectadas. Também é transmitida pelo contato com objetos, água e alimentos contaminados ou seja, são altamente contagiosas. Para eliminar o vírus é necessário que 95% do público-alvo sejam vacinados.
(Reportagem: Ana Maria Mejia/ Fotos: Alexssandro Loyola/ Áudio: Hélio Ricardo)
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