Pedro Cunha Lima critica desvalorização de professores
O deputado Pedro Cunha Lima (PB) lamentou a desvalorização enfrentada pelos professores no Brasil. O tucano citou dado da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) de que apenas 2,4% dos jovens brasileiros desejam serem professores. Há 10 anos, o percentual era de 7,5%, uma diferença trágica. O parlamentar é autor da chamada PEC da Nova Educação (20/15), que institui o Magistério Público Nacional.
“Eu acredito que a educação é a saída para tudo. Enquanto não houver igualdade de oportunidades, não teremos um combate real à desigualdade. A educação é o caminho”, afirmou.
Pedro chamou atenção para dois aspectos que precisam mudar: a desvalorização do professor e o investimento na primeira infância, período que compreende os primeiros seis anos de vida da criança. “Abandonamos as crianças que nascem em famílias humildes, sem amparo, e não têm oportunidade de se desenvolver”, lamentou.
O parlamentar afirma que os professores ganham, em média, 50% menos que outros profissionais com a mesma formação. Para combater o desprestígio conferido à categoria, a PEC determina que a referência salarial de todos os agentes administrativos do serviço público será o salário do topo da carreira de professor.
“Existe uma discrepância, uma diferença muito grande entre outras funções e os professores”, disse. Cunha Lima cita exemplos: um motorista do Senado Federal chega a ganhar mais que um professor com pós-doutorado.
DIGNIDADE
A PEC da Nova Educação foi aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça da Câmara em 2015 e aguarda a instalação de comissão especial. Segundo o parlamentar, trata-se de uma matéria importante para os professores brasileiros, pois devolve a dignidade as docentes.
Por meio da proposta, cria-se a instituição Magistério Público Nacional, e o professor é considerado o responsável pela educação. O estatuto do Magistério, em forma de lei complementar, vai dispor sobre a carreira, unificada em todo o território nacional, garantias de exercício e de trabalho e subsídios.
(Cristiane Noberto/ Foto: Alexssandro Loyola)
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