Macris questiona decisões recentes do STF envolvendo José Dirceu


Para Macris, esse tipo de acontecimento deixa a sociedade indignada.

O deputado Vanderlei Macris (SP) criticou nesta terça-feira (3) decisões recentes do Supremo Tribunal Federal (STF) envolvendo o ministro José Dirceu. O tucano citou a decisão da  2ª Turma de soltar o petista, “em confronto a tudo que é sensato e correto na esfera da Justiça”, e também a cassação da decisão do juiz Sérgio Moro, que impôs regras para a liberdade de Dirceu por determinação do ministro do STF Dias Toffoli.

“Esses são casos que acontecem e deixam a sociedade indignada. Se essa é preparação para também soltar o ex-presidente Lula, condenado por corrupção e lavagem de dinheiro, não podemos ficar calados. Todos nós, brasileiros, precisamos nos unir para mostrar ao Supremo que a sociedade não aceita mais esse tipo de postura”, apontou. “Que os condenados paguem, sejam de que partido forem”, completou Macris.

Conforme ressaltou, o ex-ministro, chamado de “capitão do time” no governo Lula, foi condenado a uma pena de 30 anos e 9 meses de prisão por corrupção ativa, lavagem de dinheiro e organização criminosa. “Dirceu não é condenado apenas na Operação Lava-Jato, mas também no mensalão, julgado pelo mesmo Supremo Tribunal Federal”, recordou Macris.

Segundo ele, a decisão de soltar Dirceu contraria a própria jurisprudência do Supremo, que permite a execução provisória da pena após condenação em segunda instância. Para ele, os integrantes da 2ª Turma que votaram pela soltura de Dirceu deveriam explicar para a sociedade o que diferencia José Dirceu dos demais condenados pela Justiça.

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Macris lembra que Dias Toffoli foi assessor jurídico da Liderança do PT na Câmara dos Deputados quando Dirceu era deputado federal, assumiu a Subchefia de Assuntos Jurídicos da Casa Civil e foi para o cargo quando Dirceu era o ministro exatamente dessa mesma pasta. Além disso, foi indicado para o Supremo pelo ex-presidente Lula.

“Na verdade, o próprio ex-presidente Lula quer ser julgado pela 2ª Turma também. Ele não aceita outro julgamento que não seja dessa turma”, reprovou ao lembrar o questionamento apresentado pela defesa do ex-presidente.  “A situação é tão esdrúxula que os próprios advogados de Lula reconhecem que a facilidade da 2ª Turma para a absolvição dos condenados é flagrante. A Justiça deve ser igual para todos”, reiterou Macris.

Para ele, a questão política está clara nas ações do Supremo, e isso não pode acontecer mais. Ele levantou a hipótese de eleição para os ministros do Supremo ou também por indicação, mas com mandatos de 8 a 10 anos, como existem em outros países do mundo, ou por concurso público.

“Tenho a impressão de que a sociedade espera as grandes mudanças neste nosso País”, ao citar não somente o Congresso, mas também no STF e no Poder Executivo. 

(Da redação/foto: Alexssandro Loyola/ Áudio: Hélio Ricardo)

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3 julho, 2018 Noticia4, Últimas notícias Sem commentários »

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