Embaixadores árabes destacam posição do Brasil sobre conflito no Oriente Médio


Nilson Pinto com os árabes na CREDN: “Não há qualquer possibilidade de transferirmos a nossa embaixada de Tel Aviv para Jerusalém”, afirmou.

Os embaixadores da Arábia Saudita, Hisam Alqahtani; da Palestina, Ibrahim Alzeben; do Marrocos, Nabil Adghoghi; e da Tunísia, Hedi Soltan, que são membros do Conselho dos Embaixadores Árabes no Brasil, destacaram na última quarta-feira (13) a posição de independência do Brasil em relação ao conflito no Oriente Médio, especialmente a questão que envolve Israel e Palestina.

“Nossos países nutrem a ambição de ver a postura imparcial do Brasil em relação à política internacional, sempre focada na abordagem pacífica, na divulgação de valores da paz e da convivência”, diz o documento entregue ao presidente da CREDN, deputado Nilson Pinto (PA).

“Os árabes podem ficar tranquilos. A posição brasileira em defesa de uma solução que contemple dois estados com fronteiras seguras não mudará. Além disso, não há qualquer possibilidade de transferirmos a nossa embaixada de Tel Aviv para Jerusalém”, explicou.

“É lamentável constatar que alguns meios tentam influenciar o Brasil para mudar sua posição conceituada e devidamente elaborada desde o início deste conflito em 1948. Ora para desconsiderar o estatuto jurídico da cidade triplamente sagrada de Jerusalém, ora para questionar a própria existência da Embaixada do Estado da Palestina em Brasília”, alegou Ibrahim Alzeben.

Nilson Pinto revelou, inclusive, que o próprio ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira, em audiência pública realizada também na quarta-feira garantiu que o país não foi sequer consultado a respeito do assunto pelas autoridades israelenses. “Todos conhecem a posição clara do Brasil a respeito e a agenda do chanceler em Israel concentrou-se nos temas de cooperação e comércio”, lembrou.

EMBAIXADA

O Embaixador da Palestina também esclareceu diversos aspectos relacionados com a construção da representação palestina no Brasil. Em 2010, o governo brasileiro reconheceu o Estado da Palestina, elevando o patamar oficial da sua missão diplomática. Em 2016, foi inaugurada a Embaixada que, segundo o embaixador palestino, “não contou com quaisquer recursos públicos brasileiros”.

“As relações diplomáticas entre o Brasil e a Palestina são regidas com total transparência, de acordo com a Convenção de Viena de 1961”, afirmou Alzeben, que apresentou o registro da entrega do título de propriedade do terreno na Palestina, doado para a representação diplomática brasileira. O documento foi entregue ao Embaixador Paulo França pelo presidente Mahmoud Abbas.

(Da assessoria da CREDN/foto: Edilson Holanda)

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15 junho, 2018 Últimas notícias Sem commentários »

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