Para Nilson Pinto, governo Maduro é responsável por isolamento da Venezuela
O isolamento cada vez maior da Venezuela no cenário internacional é resultado da adoção de um regime governista antidemocrático adotado pelo presidente Nicolas Maduro. A avaliação foi feita nesta quarta-feira (6) pelo presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, deputado Nilson Pinto (PA). Ontem, a Organização dos Estados Americanos aprovou uma resolução que abre as portas para a suspensão do país do organismo e não reconhece a legitimidade das eleições de 20 de maio nas quais Maduro foi reeleito.
Nilson Pinto afirma que a OEA possui regras próprias e rígidas para os estados participantes que, entre outras coisas, exige observância aos ditames democráticos. Das 34 nações que são membras ativas da organização, 19 votaram a favor da resolução e 11 se abstiveram. Apenas quatro foram contra. Estados Unidos, Brasil, Argentina, Canadá e Chile estão entre os que foram signatários da medida, que pede a aplicação dos mecanismos da Carta Democrática Interamericana por “alteração da ordem constitucional”, um processo que pode levar à suspensão da Venezuela do grupo. A questão será votada em uma assembleia extraordinária.
“As decisões da OEA são tomadas por maioria e a maioria dos países entendem que a Venezuela não está cumprindo os compromissos previstos na Carta Democrática Interamericana, documento que orienta a participação de cada país. A própria Venezuela tem clareza disso. Por essa razão, o presidente Maduro já havia anunciado o desligamento do país”, explica Nilson Pinto.
Para o tucano, a medida, vista por muitos como uma forma de isolar o país, é, na verdade, resultado do isolamento já provocado pelo governo de Maduro ao insistir com um governo ditatorial que cerceia direitos e persegue opositores. “O que se fez ontem não foi nenhuma decisão política contra a Venezuela, mas sim o reconhecimento de que o país não está cumprindo preceitos democráticos”, avalia.
De forma semelhante, Nilson Pinto lembra que em outros organismos e blocos internacionais como o Mercosul e a Comunidade Andina, a Venezuela já sofreu sanções semelhantes ou pediu para sair. “A resolução, na verdade, não provoca mais isolamento. É, de fato, reflexo do isolamento que a Venezuela se auto submeteu e que não vai ter solução enquanto não houver uma saída democrática que seja encontrada pelo povo venezuelano e pela qual todos nós estamos torcendo”, aponta o presidente da CREDN.
Após a decisão dos países-membros da OEA, Nicolas Maduro ratificou a sua decisão de retirar a Venezuela do organismo, um processo iniciado no ano passado e que terminará em abril de 2019. Com o isolamento cada vez maior e a crise política e econômica, na qual chega a faltar itens básicos de alimentação por todo país, a nação mergulha ainda mais fundo nos problemas que têm levado milhares de venezuelanos a imigrarem em busca de refúgio contra a perseguição política e a fome.
Na avaliação de Nilson Pinto, a Venezuela precisa reencontrar seu caminho democrático para restabelecer sua convivência pacífica com os países do continente e do mundo.
(Reportagem: Djan Moreno/foto: Cleia Viana-Câmara dos Deputados)
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